Ana Paula dos Santos
Pitágoras
Pitágoras de Samos viveu de 571-70
a.C a 497-96 a.C, na ilha de Samos na Ásia Menor, foi um importante matemático
e filosofo. Já na sua época, com seus estudos astronômicos, afirmava que o
planeta Terra era esférico e suspenso no Espaço. Pitágoras foi influenciado por
filósofos gregos como Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes.
Sua obra mais importante foi o
Teorema de Pitágoras, pelo qual é possível calcular o lado de um triângulo
retângulo, conhecendo os outros dois lados. Ou seja, ele prova que a soma do
quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
A escola Pitagórica
Essa escola surgiu na Itália, era um
grupo secreto, de caráter religioso e moral. Essa escola tinha estudos nas
áreas de: Matemática, Música, Astronomia e Filosofia. Segundo Pitágoras a
essência de que são compostas todas as coisas era o número, ou seja, as
relações matemáticas governam todos os outros fenômenos.
Defendia a esfericidade da Terra e
demais corpos celestes, a rotação da Terra ( explicando o dia e a noite) e a revolução
dos corpos celestes em torno de um foco central.
Para o pitagorismo tudo é regulado
segundo relações numéricas. Os números e suas relações são a substancia uma e
imutável de todas as coisas existentes. Ou seja, tudo ao redor se dá através de
relações matemáticas, até a nossa fala é, para essa escola, uma expressão
matemática. O ser e o não é em uma
expressão matemática ficaria da seguinte forma:
O ser = 1 o não ser = -1
1 – 1 = 0
Pitágoras explicava a multiplicidade
através da relação dos opostos (equilíbrio). Ele dizia que mediante o concurso
dos opostos, que são: o ilimitado e o limitado, ou seja, o par e o ímpar, o
imperfeito e o perfeito. Da unidade procede a série dos números aritméticos
depois os números geométricos ou grandezas (formas espaciais). Desde que se têm
o ponto, a linha (sucessão de pontos), as superfícies (sucessão de linhas) e os
corpos (sucessão de superfície), têm-se também os objetos materiais.
Moral dos Pitagóricos
Os pitagóricos mantinhas praticam
ascéticas, que consistia em uma boa conduta social, hábitos alimentares e
abstinências. Acreditavam que depois da morte do corpo, que era visto como uma
prisão para a alma, a mesma se libertava e renascia. Para manter a alma limpa
durante cada reencarnação, eles não poderiam comer determinados alimentos como:
vagens, galos brancos e alguns tipos de peixes.
Na reencarnação, a mesma alma anima
corpos de origens animais, vegetais ou minerais, tinha por objetivo basicamente
o mesmo princípio do espiritismo kardecista, que também acredita no clico de
reencarnações da alma para purificá-la para que, no final do ciclo, a alma
pudesse alcançar o paraíso.
A filosofia consiste no equilíbrio
dos humores da alma e da harmonia dos movimentos do corpo. A finalidade da vida
do homem é imitar a Deus, e esse Deus é tido como sendo total harmonia entre
todas as coisas.
Santo Anselmo de Cantuária
Anselmo de Cantuária foi natural de
Aosta na Itália, viveu de 1033 a 1109. Foi monge beneditino na Normandia e
depois arcebispo na Cantuária na Inglaterra. Santo Anselno é considerado o pai
da Escolástica, que foi influenciado pelo pensamento medieval de Santo
Agostinho no que se refere a fé e a ciência.
Para Anselmo a revelação está acima de qualquer verdade. A razão é inferior a fé, ou seja, só se pode chegar à
razão através da revelação. O homem possui duas formas de conhecimento: a fé e
razão, mas só se consegue entender a razão através da fé. Para ele essa razão nos é dada
somente para justificar o porquê temos fé.
Anselmo afirma que a razão quando bem
conduzida pode afirmar o que a fé crê.
Em Monológion tenta demonstrar a
existência de Deus em duas argumentações:
As coisas são desiguais em perfeição.
E que tudo que possui perfeição em maior ou menor grau, a possui porque
participa da perfeição divina.
Moral em Anselmo
No pensamento de Anselmo podemos
afirmar que tudo aquilo que é mais ou menos justo participa mais ou menos da
justiça absoluta; tudo que é bom participa do bem absoluto e só Deus é bom por
sim mesmo. Só Deus é soberanamente grande, superior a tudo o que existe.
Tudo aquilo que existe possui uma
causa e essa causa é se elevar a Deus. Essa causa de tudo é perfeita. E como
para o pensamento anselmiano só existe uma causa perfeita, entende-se que essa
causa perfeita é Deus.
Em Proslógion, Anselmo parte da idéia
de que a palavra Deus indica um ser perfeito e existir é uma prova de
perfeição, então a palavra Deus, novamente, pode indicar algo realmente
existente.
“Eu não tento, Senhor, aprofundar-me
nos teus mistérios, porque a minha inteligência não é adequada, mas desejo
compreender um pouco da tua verdade, em que meu coração já crê e ama. Eu não
procuro compreender-te para crer, mas crer para poder compreender-te.” Nessa
citação Anselmo deixa claro sua necessidade de utilizar a razão somente para
explicar sua fé. Sabendo que somente através de sua fé poderia ser agraciado
com a razão para completar sua compreensão.
Considerações Finais
Pitágoras e Anselmo acreditavam que a
totalidade (Anselmo) e a Perfeição (Pitágoras) estavam no mesmo Ser. Para ambos
a verdade de tudo é uma verdade Una, Deus.
De certa maneira o pensamento
medieval de Anselmo complementa o de Pitágoras, pois, mesmo um acreditando na
reencarnação da alma o outro complementa com a imaturidade da alma de entender
Deus.
Ou seja, para Pitágoras o indivíduo
passa por inúmeros corpos, desde o mineral passando pelo vegetal e chegando ao
corpo humano, sua alma segue seu corpo conseguindo entender as faculdades que
são dadas a esse corpo em cada reencarnação. Já Anselmo diz não se esforçar
para entender certas verdades, pois não é dado a sua alma compreender tamanha
perfeição. Esse pensamento complementa a evolução da alma humana e mostra como
o pensamento medieval, mesmo estando em um cenário cristão, remete a
antiguidade clássica.
Referências:
STACCONE, G.
Filosofia da Religião. O pensamento do Homem ocidental e o problema de Deus.
Petrópolis: Vozes. 1991.
ZILLES, U.
Fé e razão no pensamento medieval. 2d. Porto Alegre: EDIPUCRS. 1996.