sábado, 4 de outubro de 2014

Conceito de Essência para Pitágoras e Santo Anselmo.

Ana Paula dos Santos
Pitágoras

Pitágoras de Samos viveu de 571-70 a.C a 497-96 a.C, na ilha de Samos na Ásia Menor, foi um importante matemático e filosofo. Já na sua época, com seus estudos astronômicos, afirmava que o planeta Terra era esférico e suspenso no Espaço. Pitágoras foi influenciado por filósofos gregos como Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes.
Sua obra mais importante foi o Teorema de Pitágoras, pelo qual é possível calcular o lado de um triângulo retângulo, conhecendo os outros dois lados. Ou seja, ele prova que a soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.

A escola Pitagórica

Essa escola surgiu na Itália, era um grupo secreto, de caráter religioso e moral. Essa escola tinha estudos nas áreas de: Matemática, Música, Astronomia e Filosofia. Segundo Pitágoras a essência de que são compostas todas as coisas era o número, ou seja, as relações matemáticas governam todos os outros fenômenos.
Defendia a esfericidade da Terra e demais corpos celestes, a rotação da Terra                  ( explicando o dia e a noite) e a revolução dos corpos celestes em torno de um foco central.
Para o pitagorismo tudo é regulado segundo relações numéricas. Os números e suas relações são a substancia uma e imutável de todas as coisas existentes. Ou seja, tudo ao redor se dá através de relações matemáticas, até a nossa fala é, para essa escola, uma expressão matemática. O ser e o não é em uma expressão matemática ficaria da seguinte forma:
O ser = 1        o não ser = -1
1 – 1 = 0
Pitágoras explicava a multiplicidade através da relação dos opostos (equilíbrio). Ele dizia que mediante o concurso dos opostos, que são: o ilimitado e o limitado, ou seja, o par e o ímpar, o imperfeito e o perfeito. Da unidade procede a série dos números aritméticos depois os números geométricos ou grandezas (formas espaciais). Desde que se têm o ponto, a linha (sucessão de pontos), as superfícies (sucessão de linhas) e os corpos (sucessão de superfície), têm-se também os objetos materiais.

Moral dos Pitagóricos

Os pitagóricos mantinhas praticam ascéticas, que consistia em uma boa conduta social, hábitos alimentares e abstinências. Acreditavam que depois da morte do corpo, que era visto como uma prisão para a alma, a mesma se libertava e renascia. Para manter a alma limpa durante cada reencarnação, eles não poderiam comer determinados alimentos como: vagens, galos brancos e alguns tipos de peixes.
Na reencarnação, a mesma alma anima corpos de origens animais, vegetais ou minerais, tinha por objetivo basicamente o mesmo princípio do espiritismo kardecista, que também acredita no clico de reencarnações da alma para purificá-la para que, no final do ciclo, a alma pudesse alcançar o paraíso.
A filosofia consiste no equilíbrio dos humores da alma e da harmonia dos movimentos do corpo. A finalidade da vida do homem é imitar a Deus, e esse Deus é tido como sendo total harmonia entre todas as coisas.

Santo Anselmo de Cantuária

Anselmo de Cantuária foi natural de Aosta na Itália, viveu de 1033 a 1109. Foi monge beneditino na Normandia e depois arcebispo na Cantuária na Inglaterra. Santo Anselno é considerado o pai da Escolástica, que foi influenciado pelo pensamento medieval de Santo Agostinho no que se refere a fé e a ciência.
Para Anselmo a revelação está acima de qualquer verdade. A razão é inferior a fé, ou seja, só se pode chegar à razão através da revelação. O homem possui duas formas de conhecimento: a fé e razão, mas só se consegue entender a razão através da fé. Para ele essa razão nos é dada somente para justificar o porquê temos fé.
Anselmo afirma que a razão quando bem conduzida pode afirmar o que a fé crê.
Em Monológion tenta demonstrar a existência de Deus em duas argumentações:
As coisas são desiguais em perfeição. E que tudo que possui perfeição em maior ou menor grau, a possui porque participa da perfeição divina.

Moral em Anselmo

No pensamento de Anselmo podemos afirmar que tudo aquilo que é mais ou menos justo participa mais ou menos da justiça absoluta; tudo que é bom participa do bem absoluto e só Deus é bom por sim mesmo. Só Deus é soberanamente grande, superior a tudo o que existe.
Tudo aquilo que existe possui uma causa e essa causa é se elevar a Deus. Essa causa de tudo é perfeita. E como para o pensamento anselmiano só existe uma causa perfeita, entende-se que essa causa perfeita é Deus.
Em Proslógion, Anselmo parte da idéia de que a palavra Deus indica um ser perfeito e existir é uma prova de perfeição, então a palavra Deus, novamente, pode indicar algo realmente existente.
“Eu não tento, Senhor, aprofundar-me nos teus mistérios, porque a minha inteligência não é adequada, mas desejo compreender um pouco da tua verdade, em que meu coração já crê e ama. Eu não procuro compreender-te para crer, mas crer para poder compreender-te.” Nessa citação Anselmo deixa claro sua necessidade de utilizar a razão somente para explicar sua fé. Sabendo que somente através de sua fé poderia ser agraciado com a razão para completar sua compreensão.

Considerações Finais

Pitágoras e Anselmo acreditavam que a totalidade (Anselmo) e a Perfeição (Pitágoras) estavam no mesmo Ser. Para ambos a verdade de tudo é uma verdade Una, Deus.
De certa maneira o pensamento medieval de Anselmo complementa o de Pitágoras, pois, mesmo um acreditando na reencarnação da alma o outro complementa com a imaturidade da alma de entender Deus.
Ou seja, para Pitágoras o indivíduo passa por inúmeros corpos, desde o mineral passando pelo vegetal e chegando ao corpo humano, sua alma segue seu corpo conseguindo entender as faculdades que são dadas a esse corpo em cada reencarnação. Já Anselmo diz não se esforçar para entender certas verdades, pois não é dado a sua alma compreender tamanha perfeição. Esse pensamento complementa a evolução da alma humana e mostra como o pensamento medieval, mesmo estando em um cenário cristão, remete a antiguidade clássica.

Referências:

PITAGORAS:QUEM FOI? Disponível em : http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/37866/pitagoras-quem-foi  acesso: 19 de maio de 2014.
STACCONE, G. Filosofia da Religião. O pensamento do Homem ocidental e o problema de Deus. Petrópolis: Vozes. 1991.
ZILLES, U. Fé e razão no pensamento medieval. 2d. Porto Alegre: EDIPUCRS. 1996.




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