domingo, 23 de novembro de 2014

MEDITAÇÃO SEGUNDA - DESCARTES (adaptação)

A investigação filosófica de Descartes consistiu na dúvida metódica para se chegar um fim, a certeza.
Envolvido em suas meditações Descartes propõe a duvidar das coisas.
O que poderia consistir então de verdadeiro? Talvez nada mais, considerando que o mundo não tenha nada de certo.
 Descartes duvida de ser algo e no seu limite persuadindo a si  duvida que não exista.
O enganador não pode fazer com que não seja nada enquanto pensa em alguma coisa, isto é, o que está à prova não a verdade ou falsidade das coisas do mundo, mas a existência de si por meio da razão.
Considerando que é alguma coisa que pensa, Descartes explica o que seja essa característica própria do humano e define: o que duvida, concebe, afirma, nega, quer e sente. Com isso o filósofo retoma as questões dos sentidos e argumenta que há em si bastante coisas em que não haveria como não pertencê-las, pois mesmo que essas ideias fossem ilusões não poderia deixar de pensá-las. Mesmo que imagine receber informações do mundo exterior pelos órgãos dos sentidos e, alguém diga que esteja sonhando, é desta forma que sente, ouve e se aquece.

O espírito (razão) se define em investigar as questões dos sentidos com cautela.
O filósofo escolhe alguns corpos em particular para explorar e desenvolver suas ideias, por exemplo, um pedaço de cera. Uma cera que foi retirada da colmeia que mantém seu aroma e doçura. É dura e fria, e quando se toca ou batem nela produz um som. Sua cor, figura e grandeza são concebidas como aparentes.
Analisando, ao aproximá-la do fogo suas características percebidas por meio do sentidos mudam, por exemplo, seu sabor exala, seu aroma esvanece, sua cor muda, sua figura se perde, sua grandeza aumenta e quando líquida não produz mais som. Descartes levanta as seguintes questões: Será que permanece a mesma cera depois da mudança? Acredita que sim e ninguém pode negar.
Descartes se espanta ao analisar que o seu espírito (sua razão) apresenta fraqueza ao pensar no sentido de levá-lo ao erro. O filósofo se vê quase enganado por considerar que a cera é conhecida pelos sentidos desconsiderando o seu espírito (razão), isto é, aceitar algo que provem apenas pelos sentidos como aceitação de algo verdadeiro e descartar o esclarecimento obtido pela razão é simplesmente, enganar-se sobre a verdade.
Com isso para Descartes o homem que queira elevar o seu grau de conhecimento deve se desfazer das conclusões sem critério. Sua indicação é conhecer as coisas por meio da razão, excluindo todas as dúvidas possíveis até chegar ao conhecimento. E assim, mesmo que reste alguma dúvida ao final do processo não poderá descartar o modo do espírito (razão) de chegar à verdade.
Então, Descartes depois de apresentar todas suas ideias encerra com a seguinte questão: O que poderá dizer de si mesmo? Apenas que o seu espírito existe.
Portanto, o filósofo diz que está de volta onde queria já que a razão é forma de encontrar o conhecimento seguro. Se for mais fácil de conhecer o espírito do que as coisas materiais Descartes analisa com cautela suas investigações sobre as conclusões que adquire sobre o mundo externo, pois está ainda em sua mente concepções do modelo antigo.
 Pois então, o que a conhecia com tanta distinção que ainda a reconhece? Pelos sentidos nada a cera não é doce, não é aromática, não apresenta a mesma figura e não apresenta som, mas continua a mesma.
 Então, o que é a cera precisamente? Afastando de todas as coisas que não a pertence, restam apenas: algo extenso, flexível e mutável.
Por Descartes flexível e mutável são diversas formas que a cera ou outra matéria poderia se constituir em detrimento de suas mudanças. E o extenso, não é obtido pelos que os sentido dizem, mas apenas por ser uma inspeção do espírito (racionalização) no qual pode ser imperfeita e confusa ou clara e distinta. No atual momento de sua atenção se volta mais ou menos à composição da cera.




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