Albert Einstein
Comumente apartamos o
conhecimento da imaginação. Imaginamos o conhecimento como a expressão do real,
e conhecemos a imaginação como o fruto do desvairo, do utópico. Tais
faculdades, no entanto, estão intimamente relacionadas, interagindo entre si e
com os homens.
Conhecimento sem
imaginação é tedioso, repetitivo. É possível apenas reproduzir o que há nos
livros, em um processo eternamente imutável. Estagnaríamos. A própria ciência
formula hipóteses ─ que nada mais são do que imaginar ─ e assim evolui. August
Ke Kulé, químico do século XIX, descobriu a estrutura do benzeno por meio de
sonhos, do imaginário.
Imaginação sem
conhecimento é inútil. Não se pode introduzi-la na realidade prática a não ser
por intermédio do conhecimento do mundo concreto. Sem conhecer técnicas de
pintura, Monet jamais pintaria “Rue Montorgueil embandeirada”. Sem conhecer
música, Beethoven jamais teria composto “O imperador”. Franz Kafka escreveu A
metamorfose porque conhecera previamente o uso das palavras.
A própria natureza tem consciência
da importância de tal codependência. O cérebro humano destina o hemisfério
esquerdo à análise crítica, lógica, objetiva. O direito, à subjetividade e ao
sonho. Da interação recíproca vive a inteligência humana, com a qual criamos a
arte, resolvemos problemas, redigimos redações...
Há uma gota de
imaginação em cada conhecimento. Há uma gota de conhecimento em cada
imaginação.
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