UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO
ANA PAULA DOS SANTOS
CARACTERÍSTICAS
DA ÉTICA ARISTOTÉLICA
BAURU
2015
ANA PAULA DOS SANTOS
CARACTERÍSTICAS
DA ÉTICA ARISTOTÉLICA
Trabalho
apresentado à disciplina de Ética, sob orientação do Prof. Me. Jackson Valentim
Bastos.
BAURU
2015
Aristóteles nasceu em Stágiros, na Calcídice, em 384 a.C. E
morreu na Eubéia, em 322. Era filho de Nicômacos. Aos dezoito anos de idade
ingressou na escola de Platão, em Atenas.
Em sua segunda estada em Atenas morreu Pítias, sua esposa, e
Aristóteles passou a viver cm Herpílis, da qual teve um filho chamado
Nicômacos, a quem dedicou uma de suas Éticas.
No livro I, Aristóteles tenta determinar quais as coisas boas
para o homem ,inclusive qual é o bem supremo,
e relata também uma divisão das faculdades humanas em uma faculdade que
elabora planos e outra que trata de sua realização, esta conclusão leva à uma
divisa da excelência humana em intelectual e moral.
A obra a principio aborda elementos relacionados com o agir
humano, esse agir seria o objeto do bem
e assim chaga-se na finalidade que é a felicidade.
E essa felicidade é que uma atividade virtuosa da alma, pois
ela não é tida pela posse de bens materiais, mas sim no desenvolvimento e ação
de bons valores internos.
A
felicidade surgirá como uma premiação pelos esforços dispensados nessa meta
social. É pelo hábito das ações boas que a virtude vai-se instalando. A virtude
não é um dom. Ela é adquirida mediante ensino e treino. O homem precisa ser
educado na prática do: equilíbrio, ponderação, justiça, entre outras. O ser
humano ao agir sempre da melhor maneira, se exercitará no treino da virtude e
poderá atingir a meta que é a felicidade. O homem inicia fazendo o bem diariamente e
este bem se torna um treino. Esse treino, com o passar dos tempos, se torna um
hábito. Esse hábito será a virtude instalada no seu repertório comportamental.
Desta forma, a virtude se manifestará em todas as ações do homem bom e feliz.
As virtude para
Aristóteles faz uma relação entre as virtudes intelectuais que podem ser
ensinadas e aprendidas, e as virtudes morais, que são adquiridas com hábito.
A felicidade é o bem supremo, pois não depende de outro bem
para existir. Dentre as finalidades inúmeras que as pessoas buscam, no final, o
que todos querem é a felicidade. A felicidade, segundo Aristóteles é
auto-suficiente, ou seja, torna a vida desejável por não ser carente de coisa
alguma.
A felicidade precisa de bens externos para existir, pois
precisamos de instrumentos materiais para praticá-la. Há quem ache que a
felicidade é boa sorte também, como ter filhos belos e educados, ou então,
colocam a felicidade como presente divino.
Para o autor, o homem feliz será feliz por toda a vida, pois
estará sempre engajado na prática ou contemplação do que é conforme à
excelência.
Para se entender a felicidade como sendo uma atividade da
alma conforme a excelência perfeita, precisamos entender o que é excelência.
Nos primeiros livros o autor fala um pouco sobre as várias
formas de excelência ética.
A excelência se diferencia em duas espécies: excelência
intelectual e moral. A excelência intelectual seria a sabedoria, a inteligência
e o discernimento. Já a liberalidade e a moderação, são formas de excelências
morais.
A excelência moral ela é o produto do habito, prática, ou
seja, não é inata, não está em nós por natureza. Precisamos aperfeiçoá-la com o
habito. A excelência moral nos torna bom. Precisamos nos habituar para não
sermos incessíveis, ou covardes, ou temerários, ou ainda rústicos, através do
meio termo. A excelência moral é uma disposição.
A excelência moral se relaciona com o prazer e o sofrimento,
segundo Aristóteles é por causa do prazer que praticamos más ações e é por
causa do sofrimento que deixamos de praticar boas ações.
As várias formas de excelências morais se relacionam com ação
e emoção e toda ação são acompanhadas de prazer. A tendência para o prazer,
cresce conosco desce quando nascemos. Tanto o prazer quanto o sofrimento nos
tornam maus. Pois quando o homem está tentando evitar o prazer, ele está se
submetendo ao sofrimento.
Os prazeres que não envolvem dor, pelo contrário, não admitem
excesso; e esses se contam entre as coisas agradáveis por natureza e não por
acidente.
O
justo-meio é uma virtude, uma espécie de mediana que equilibrará a situação. O
homem deve optar por um caminho que condene ambos os extremos sendo, pois, os
causadores dos excessos e dos vícios.
É preciso encontrar um meio termo em relação à excelência
moral e a deficiência moral. Pois o excesso e a falta são elementos da
deficiência moral.
Mas nem toda ação possui um meio termo, como por exemplo: a
maldade, o adultério, o assassinato, a inveja. E essa maldade não está no
excesso ou na falta, e sim em si própria.
Segundo Aristóteles há dois tipos de atividades: as práticas e as teoréticas. No entanto,
as atividades práticas são determináveis por uma relação entre meio e fim ,
visto que o seu objeto pode ser transformado pela atividade. O caráter “meio”,
inerente ao saber prático, só nos remete ao fato de que há nele uma
incompletude de natureza, pois o homem e as coisas humanas não são sempre os
mesmos: demandam um contínuo aperfeiçoamento. Para compreender como o saber
prático se situa assim a meio caminho entre o saber produtivo e o saber
teorético, precisaremos reconduzi-lo aos seus componentes básicos. Com isso
supomos poder chegar a avaliar o grau de identidade entre o saber prático e o
saber teorético.
O problema dos meios e
dos fins da ação humana não pode ser compreendido antes de serem determinadas
quais faculdades da alma se relacionam com ambos os aspectos da ação.
Aristóteles procura estabelecer essa relação. Os meios se
relacionam a escolha e a deliberamos não acerca dos fins, mas acerca daquilo
que conduz aos fins”. Com os fins se relaciona a faculdade desejante da alma:
Por outro lado, o desejo se refere ao fim, e a escolha aos meios conducentes ao
fim: assim, desejamos a saúde mas escolhemos os meios mediante os quais podemos
atingir a saúde, e desejamos ser , mas não podemos dizer que escolhemos sê-lo.
Por fim, a importância da Ética a Nicômaco reside no
ensinamento sobre o agir humano. Aristóteles trás de uma forma objetiva, clara
e fácil de ser interpretada, as relações entre os indivíduos e destes com a
sociedade. Ele constrói um legado ético que pode ser utilizado como um
verdadeiro manual para a valoração das virtudes e como podemos usá-las para nos
tornar pessoas boas à procura da felicidade. Sendo assim importante para a
construção do pensamento humano, podendo ser lido por qualquer indivíduo que se
preocupe com seu melhoramento e desenvolvimento ético.
BIBLIOGRAFIA
ARISTÓTELES. Ètica a Nicômacos. 3.ed. São
Paulo:Editora Unb, 1985.