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domingo, 18 de outubro de 2015
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Felicidade para Aristóteles - Ética a Nicômacos
Segundo Aristóteles a felicidade é o bem supremo, pois não depende de outro bem
para existir. Dentre as finalidades inúmeras que as pessoas buscam, no final, o
que todos querem é a felicidade. A felicidade, segundo Aristóteles é
auto-suficiente, ou seja, torna a vida desejável por não ser carente de coisa
alguma.
A felicidade precisa de bens externos para existir, pois
precisamos de instrumentos materiais para praticá-la. Há quem ache que a
felicidade é boa sorte também, como ter filhos belos e educados, ou então,
colocam a felicidade como presente divino.
Para o autor, o homem feliz será feliz por toda a vida, pois
estará sempre engajado na prática ou contemplação do que é conforme à
excelência.
Para se entender a felicidade como sendo uma atividade da
alma conforme a excelência perfeita, precisamos entender o que é excelência.
Um pouco de Ética.
"Ótimo é aquele que de si mesmo
[conhece todas as coisas;
Bom, o que escuta os conselhos
[dos homens judiciosos.
Mas o que por si não pensa, nem
[acolhe a sabedoria alheia,
Esse é, em verdade, uma criatura
[inútil1
." Ética a Nicômacos.
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Rumo ao Abismo Econômico - Eric Hobsbawm
Ana Paula dos Santos.
Eric Hobsbawm faz uma análise de como o mundo está entra as
guerras.Suponhamos que a Primeira Guerra Mundial tivesse acabado e não deixado
vestígios no mundo, assim como aconteceu com o Japão, em 1923, no terremoto,
que se enterrou os corpos dos mortes de reconstruiu a cidade, se a guerra não
tivesse deixado seu legado econômico-politico social, não haveria o colapso
econômico entre as guerras.
E
sem esse colapso econômico, não existiria Hitler e o Nazismo, e nem
Rosevelt. Para entendermos o que
aconteceu em meados do século XX precisamos entender primeiro o colapso
econômico e seu impacto no mundo.
A
primeira Guerra mundial devastou a Europa, e longe da América, longe de ser o
ápice do Novo Mundo, os EUA se tornaram o epicentro do maior terremoto global
- a grande depressão do entreguerras. A
economia mundial capitalista a partir de então começa a desmoronar.
Economistas
que no século XIX estudavam os ciclos
econômicos e suas flutuações, o chamado “ciclo do comércio” esperava que tudo
se repetisse em períodos de sete a onze anos, mas no começo de 1920, um
economista russo, N.D. Kondraatiev, desenvolveu as chamadas ondas longas de
cinqüenta a sessenta anos, para se avaliar os ciclos capitalistas.
Essas
ondas capitalistas eram tidas como no pensamento de Karl Marx como parte do
processo econômico do regime e achava que esses ciclos colocariam em risco o
capitalismo.
Desde
a Revolução Industrial a economia mundial vinha em um ritmo acelerado, porém entre
as guerras houve um declínio desse ritmo e foi isso que fez os economistas
repensarem essas flutuações cíclicas para assim entender melhor as ondas econômicas.
No
começo de 1920 o comércio mundial começa a se estabilizar novamente, porém, com
a depressão de 29 há o regresso.
Em
1924 houve o normalismo, ou seja, as coisas se acalmam. Nessa época o mundo
passava por uma onda de desemprego, somente os EUA, que mantinha uma média de 4
% de desempregado no país.
Porém, no dia 29 de outubro de 1929, em NY, coloco a
quebra da bolsa de valores, coisa que até o momento ninguém imaginava que
poderia ter acontecido. Essa queda foi algo próximo ao colapso da economia
mundial que estava em um círculo vicioso onde cada queda dos indicadores
econômicos reforçava o declínio em todos os outros indicadores.
A
produção industrial começa a decair a partir de então, e a Depressão se torna
global no sentido literal. Todas as Nações estavam envolvidas nesse declínio
econômico.
O
Brasil tornou-se um símbolo do desperdício do capitalismo e da seriedade da
Depressão, os fazendeiros do café começaram a queimar café no lugar de carvão
nas locomotivas a vapor.
A
situação se agravava ainda mais devido a previdência publica, seguro social,
inclusive auxilio desemprego, ou não existia, como nos EUA, ou, pelos padrões
de fins do século XX.
O
impacto traumático do desemprego em massa, nessa situação, sobre a política dos
países industrializados, acarretou na Fila da Sopa, Marchas da Fome.
Depois
da Primeira Guerra Mundial, o desemprego ficou como um ferida aberta na
sociedade, como uma doença social específica da civilização ( Arndt, 1944,
p.250). E com a Grande Depressão, o governo passa a investir em modernos
sistemas previdenciários.
Os
EUA, já eram, em 1913 a maior potencia industrial do mundo, após o fim da
Primeira Guerra eram em muitos aspectos a economia dominante e volta a
tornar-se depois da segunda guerra mundial. Foi a grande depressão que
interrompe esse processo momentaneamente.
Além
disso, a guerra não apenas reforçou a posição como maior produtor industrial do
mundo, como também os transformou em maior credor do mundo.
Mais
para frente, em 1919, na conferência e paz de Versalhes, impôs a Alemanha o
pagamento dos reparos pelo custo da guerra e os danos, como justificativa para
tal inseria-s a clausula de que a
Alemanha era a única culpada pela
guerra. O objetivo desse tratado era de deixar a Alemanha fraca e
pressioná-la.
Os
bancos atingidos pelo Boom especulativo imobiliário chegaram ao auge
sobrecarregado de dividas não saldado, novos empréstimos. Houve hipotecas
domésticas, a produção de automóveis nos EUA cauí pela metade.
Porém,
uma hora a crise cíclica teria de passar, e isso começa a acorrer após 1939. A
partir dos anos 30, houve inovações, e veio então a diversão e o meios de
comunicação, com todo tempo disponível, devido ao desemprego, as pessoas
passaram a ir para o cinema para ocupar o tempo.
No
Brasil Depressão acabou com a Oligárquica “ Republica Velha” de 1899-1930 e
levou ao poder Getúlio Vargas. Em 1939
Começa a Segunda Guerra Mundial.
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Conceitos Platão.
Foi discípulo
de Sócrates, e transcreve alguns diálogos de seu mestre para com os jovens
atenienses.
Em seus
diálogos, sempre há um tema em destaque, utiliza da maiêutica socrática (conhece-te a ti mesmo) para o entendimento e
desenvolvimento do tema em discussão.
Teoria das Formas ou mundo das Ideias:
Mundo físico – Corpo/ sentidos/ mundo inferior/
com espaço e tempo.
Esse mundo
seria uma cópia do mundo ideal, uma imitação das formas perfeitas da idéia.
Mundo ideal – Superior/ alma/ sem espaço e tempo.
Sua essência
e imaterial e eterna.
Substância primordial – é a essência das coisas que está no
mundo das idéias. Tipo perfeito de algo que está a nossa idéia, mas que quando
se torna físico adquiri características imperfeitas.
Alma – Criada pelo Demiurgo
(Artesão) – Anima o corpo. O homem é a alma, porém se torna um escravo da
mesma.
Bens da alma – Virtude/ verdade/ Beleza/ bondade/
felicidade.
Demiurgo – Demios= do povo / Ourgos= trabalhador.
Ou seja, ele trabalha para o povo, organiza o caos.
A Religião de Platão –
Victor Goldschmidt
A religião de Platão - é a dialética entre o mundo físico
e o mundo das formas. Para ele Deus seria as formas.
O homem: O vivente Mortal – corpo + alma.
Corpos celestes – alma do mundo/ moldada pelo
Demiurgo/ perfeição / harmonia/ inteligência e imortalidade.
O bem se atinge ela inteligência – retornar
ao corpo celeste.
O mal se atinge pela estupidez – reencarnar
segundo o grau da maldade. Ex: Mulher, pássaro, peixe.
Metempsicose – teoria da transmigração da alma.
Plantas / animais / homens.
Plantas –
perecíveis
Animais –
alma mortal
Homem – alma
mortal ligada ao corpo imortal.
Teoria da Reminiscência: Como a nossa alma veio da alma
celeste, que todo conhece, nós conhecemos através de lembranças dessa alma
superior.
Dialética do Esclarecimento - Adorno e Horkheimer O Conceito de Esclarecimento - Resumo
Dialética do Esclarecimento -
Adorno e Horkheimer O Conceito de Esclarecimento
O esclarecimento tem a
função de livrar os homens do medo e de colocá-los como senhores de si
próprios.
O esclarecimento humano
seria o grande tesouro do mundo, sua meta era dissolver os mitos e substituir a
imaginação pelo saber.
Não é bom se dizer que temos
duvidas, ou que não temos certezas. O entendimento é um bem do humano, porém as
vezes caímos sobre o entendimento sem saber para onde iremos.
O saber é poder, pois
esclarece o entendimento humano e o faz livre.
Xenófanes zombava da
multidão de deuses, porque eram iguais aos homens, que os produziram, em tudo
aquilo que é contingente e mau, e a lógica mais recente denuncia as palavras
cunhadas pela linguagem como moedas falsas, que será melhor substituir por
fichas neutras. O mundo torna-se o caos, e a síntese, a salvação.
No trajeto para a ciência
moderna, os homens renunciaram ao sentido e substituíram o conceito pela
fórmula, a causa pela regra e pela probabilidade.
Para os pré- históricos a
vida e a morte haviam se explicado e entrelaçado nos mitos.
O esclarecimento, porém,
reconheceu as antigas potências no legado platónico e aristotélico da
metafísica e instaurou um processo contra a pretensão de verdade dos
universais, acusando-a de superstição.
Para Platão o elemento
básico do mito sempre foi o antropomorfismo, a projeção do subjetivo na
natureza. Os demônios seriam as imagens dos homens que se deixam amedrontar
pelo natural. Todas essas figuras míticas podem se reduzir, pelo
esclarecimento, ao homem.
os mitos que caem vítimas do
esclarecimento já eram o produto do próprio esclarecimento. No cálculo
científico dos acontecimentos anula-se a conta que outrora o pensamento dera,
nos mitos, dos acontecimentos. O mito queria relatar, denominar, dizer a
origem, mas também expor, fixar, explicar.
O esclarecimento acabou por
consumir não apenas os símbolos mas também seus sucessores, os conceitos
universais, e da metafísica não deixou nada senão o medo abstrato frente à
coletividade da qual surgira.
Pois o esclarecimento é
totalitário como qualquer outro sistema. Sua inverdade não está naquilo que
seus inimigos românticos sempre lhe censuraram: o método analítico, o retorno
aos elementos, a decomposição pela reflexão.
Kant combinou a doutrina da incessante e
laboriosa progressão do pensamento ao infinito com a insistência em sua
insuficiência e eterna limitação. Sua lição é um oráculo. Não há nenhum ser no
mundo que a ciência não possa penetrar, mas o que pode ser penetrado pela
ciência não é o ser.
A
Indústria Cultural: O Esclarecimento Como Mistificação das Massas
A unidade evidente do
macrocosmo e do microcosmo demonstra para os homens o modelo de sua cultura: a
falsa identidade do universal e do particular. Sob o poder do monopólio, toda
cultura de massas é idêntica, e seu esqueleto, a ossatura conceitual fabricada
por aquele, começa a se delinear. Os dirigentes não estão mais sequer muito
interessados em encobri-lo, seu poder se fortalece quanto mais brutalmente ele
se confessa de público.
A televisão visa uma síntese
do rádio e do cinema, que é retardada enquanto os interessados não se põem de
acordo. As queixas dos historiadores da arte e dos defensores da cultura acerca
da extinção da força criadora do estilo no Ocidente são assustadoramente
destituídas de fundamento. A tradução estereotipada de tudo, até mesmo do que
ainda não foi pensado, no esquema da reprodutibilidade mecânica supera em rigor
e valor todo verdadeiro estilo, cujo conceito serve aos amigos da cultura para
transfigurar em algo de orgânico o passado pré-capitalista.
Se ele adapta Mozart ao
jazz, ele não o modifica apenas nas passagens em que Mozart seria difícil ou
sério demais, mas também nas passagens em que este se limitava a harmonizar de
uma maneira diferente, ou até mesmo de uma maneira mais simples do que é
costume hoje. Nenhum construtor medieval poderia ter passado em revista os
temas dos vitrais e esculturas com maior desconfiança do que a hierarquia dos
estúdios de cinema ao examinar um tema de Balzac ou Victor Rugo, antes de lhe
dar o imprimatur do aceitável.
É com razão que o interesse
de inúmeros consumidores se prende à técnica, não aos conteúdos teimosamente
repetidos, ocos e já em parte abandonados. Todavia, a indústria cultural
permanece a indústria da diversão. Seu controle sobre os consumidores é mediado
pela diversão, e não é por um mero decreto que esta acaba por se destruir, mas
pela hostilidade inerente ao princípio da diversão por tudo aquilo que seja
mais do que ela própria.
— A diversão é o
prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem
quer escapar ao processo de trabalho mecanizado, para se pôr de novo em
condições de enfrentá-lo. . Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu um tal
poderio sobre: a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão
profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão, que esta
pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o
próprio processo de trabalho.
A fusão actual da cultura e
do entretenimento não se realiza apenas como depravação da cultura, mas
igualmente como espiritualização forçada da diversão. Divertir significa
sempre: não ter que pensar nisso, esquecer o sofrimento até mesmo onde ele é
mostrado. A impotência é a sua própria base. É na verdade uma fuga, mas não, como
afirma, uma fuga da realidade ruim, mas da última ideia de resistência que essa
realidade ainda deixa subsistir. A liberação prometida pela diversão é a
liberação do pensamento como negação.
No liberalismo, o pobre era
tido como preguiçoso, hoje ele é automaticamente suspeito. O trágico é reduzido
à ameaça da destruição de quem não coopera, ao passo que seu sentido paradoxal
consistia outrora numa resistência desesperada à ameaça mítica. O destino
trágico converte-se na punição justa, na qual a estética burguesa sempre
aspirou transformá-la. A moral da cultura de massas é a moral degradada dos
livros infantis de ontem.
Na indústria, o indivíduo é
ilusório não apenas por causa da padronização do modo de produção. Ele só é
tolerado na medida em que sua identidade incondicional com o universal está
fora de questão.
O novo não é o carácter
mercantil da obra de arte, mas o facto de que, hoje, ele se declara
deliberadamente como tal, e é o facto de que a arte renega sua própria
autonomia, incluindo-se orgulhosamente entre os bens de consumo, que lhe
confere o encanto da novidade. A arte como um domínio separado só foi possível,
em todos os tempos, como arte burguesa.
A FORMAÇÃO DO ENTENDIMENTO HUMANO EM ARISTÓTELES E JONH LOCKE
UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO
ANA PAULA DOS SANTOS
A FORMAÇÃO
DO ENTENDIMENTO HUMANO EM ARISTÓTELES E JONH LOCKE
BAURU
2015
ANA PAULA DOS SANTOS
A FORMAÇÃO
DO ENTENDIMENTO HUMANO EM ARISTÓTELES E JONH LOCKE
Trabalho
apresentado à disciplina de Teoria do Conhecimento, sob orientação do Prof. Me.
Jackson Valentim Bastos.
BAURU
2015
O
presente artigo tem como objetivo demonstrar a relação de pensamento entre os
filósofos Aristóteles e John Locke. A partir das análises desses filósofos,
este artigo mostrará o funcionamento do conhecimento humano.
John
Locke, filósofo inglês viveu entre os anos de 1632 a 1704. É um dos maiores
representantes do empirismo. Estudou
artes, medicina e ciências naturais.
Em
sua obra, Ensaio sobre o entendimento humano,
Locke enfatiza o conhecimento humano como sendo uma folha em branco, ou seja,
só adquirimos entendimento através das experiências, com as quais passamos a
tomar conhecimento das coisas do mundo. “Os homens podem chegar a todos os seus
conhecimentos pelo simples uso da faculdade naturais e sem o auxilio de
qualquer impressão inata.” (LOCKE, 1999. p.31)
Aristóteles, filósofo grego viveu
entre os anos de 384 a. C. a 322 a.C. também se destaca por sua maneira
empírica de entendimento da natureza humana. Quando jovem mudou-se para Atenas
onde conheceu seu mestre Platão, em 335 a.C., fundou sua Escola Liceu, voltada
para as ciências naturais. Sendo um biólogo, Aristóteles classificava as coisas
do mundo, e também, em suas análises, classificava a maneira como os humanos
pensavam.
Em sua obra, De Anima, o autor, procura demonstrar a importância do corpo e da
alma para o entendimento humano.“Portanto, está
bastante claro que a alma, ou algumas partes dela, se ela for de natureza
partível, não é separada do corpo. Pois em alguns casos a atualidade é das
partes elas mesmas.”( ARISTÓTELES, 2006. p. 73)
A
princípio precisamos entender o que é o inatismo, para então aprofundarmos as
visões dos autores. A seguinte citação descreve de maneira eficaz o que é ser
inato para Locke.
Todavia, quando se diz que uma norma é
inata, que quer significar-se com isso? Ou que é um princípio que em todas as
circunstancias promove e dirige as ações de todos os homens; ou que é uma
verdade que todos os homens têm impressa no espírito, e que, portanto, conhecem
e aceitam. Mas afinal, em nenhum destes sentidos ela é inata. (LOCKE, 1999,
p.63).
Na
obra Ensaio sobre o entendimento humano,
Locke tenta, através de indagações refutar o inatismo das ideias no pensamento
humano. O ser humano precisa de respostas para perguntas, e então Locke coloca
vários temas para demonstrar se essas questões são inatas, como, por exemplo, a
existência de um Deus. Para ele se o conceito de Deus fosse inato não haveria
tantos deuses ou religiões no mundo. E se houvesse um Deus inato este mesmo
Deus teria colocado em nós humanos alguns princípios para que todos possuíssem.
Mas o que percebemos segundo Locke, é que tudo que o que possuímos em nosso
intelecto só possuímos devido a experiência, pois somos como uma tabula rasa, na
qual será acrescentada conteúdos novos ao decorrer de nossa vida.
Em
sua obra está evidente sua visão sobre a educação, ele expressa a maneira como
uma criança aprende a pensar. Todos possuem a mesma capacidade se ela for
trabalhada da mesma maneira, o que diferencia um individuo do outro é
justamente a maneira com que ele é trabalhado e ensinado, pois todos possuem o
mesmo potencial.
Para
saber se algo é inato é necessário saber que se existe em todos os humanos uma
ideia em comum, que todos já nascem com ela sem precisar que essa ideia seja
ensinada, pois se algo é inato, é próprio do individuo, mas em seu entendimento
nada no mundo é dessa natureza.
Conclui-se também que
esses princípios foram por força impressos a alma dos homens no momento da sua
criação e com ela vieram ao mundo, da mesma forma que as faculdades que nela se
encontram. (LOCKE, 1999, p.32).
Nas
analises de Locke fica evidente que não há verdades inatas, pois as mesmas são
contraditórias, precisamos tomar conhecimento delas em nosso entendimento.
Se não há noção
naturalmente gravadas no espírito, como podem ser inatas? Mas, se as há como
podem ser desconhecidas? Dizer que, ao mesmo tempo, uma noção está impressa no
espírito e que este a ignora e nunca dela teve conhecimento, é o mesmo que
dizer que tal impressão não é coisa nenhuma. . (LOCKE, 1999, p.32).
As
crianças adquirem ao decorrer dos anos o uso da razão. Do mesmo modo que os
povos incultos e os selvagens não possuem conhecimentos inatos, as crianças só
aprendem o conteúdo de seu conhecimento através do uso da razão. Então é
contraditório dizer que há princípios inatos no ser humano. “Considero
necessário que os homens atinjam o uso da razão para que cheguem ao
conhecimento das verdades gerais.” (LOCKE,1999, p 38).
Há
conhecimentos que atingimos com facilidade e cedo em nossas vidas, mas isso não
quer dizer que são inatos, originários, e sim de maior necessidade para o
individuo e por isso há uma maior facilidade de se aprender determinadas
coisas.
Segundo
Locke tudo é constituído de conceitos e só com a experiência entendemos e
sabemos utilizar de maneira correta esses conceitos.
É evidente que
aprendemos os ternos e a sua significação, que não são inatos. Depois, como
vemos, as próprias ideias que formam aquelas proposições são também adquiridas.
E, sendo assim, eu gostaria de saber o que restará que possa ser inato {...} (LOCKE,
1999, p.45)
Aprendemos
as coisas em suas partes e com o passar do tempo aprendemos a conectar essas
partes. Tudo que sabemos só sabemos por causa da experiência que tivemos ao
longo de nossa vida e esses conhecimentos não estavam impressos em nós, porque
se assim fosse não precisaríamos da experiência.
Assim, por exemplo, uma criança
rapidamente concordará que uma maçã não é fogo, depois d ter aprendido no
convívio familiar as distintas ideias dessas duas diferentes coisas, e de ter
aprendido também que as palavras maçã e fogo servem para designar. (LOCKE,1999,
p.46
É
impossível que uma proposição inata possa ser desconhecida por quem conheça
qualquer outra coisa, porquê se há verdade inatas, terá de haver pensamentos
inatos e com isso não poderá haver no espírito nada, nenhuma ideia que jamais
foi pensada. E com isso sabemos que esses princípios não são objetos de um
consenso universal.
Fazendo
um comparativo entre a visão de corpo entre Locke e Aristóteles, em Ensaio sobre o entendimento humano o
autor expressão que se o conhecimento fosse inato, o corpo seria desprezado,
mas assim como para Aristóteles, o corpo é fundamental para o entendimento do
mundo, pois é através dele que conseguimos ter as experiências necessárias para
a nossa formação cognitiva.
Poderia compreensivamente esperar-se
que tais princípios pudesses facilmente conhecer-se nos inocentes, dado que,
tendo sido diretamente impresso na alma, não dependeriam da constituição ou dos
órgãos do corpo, a única diferença confessadamente reconhecida entre eles e os
outros. (LOCKE, 1999, p.49).
O homem, em seu entendimento é
limitado, pois precisa se esforçar para entender e aprender as coisas, esse
aprendizado externo só é possibilitado através das experiências externas, tais
que internamente constituem nossas ideias.
Há alguns pontos morais que precisa
segundo Locke, ser analisa como: “Onde haverá uma verdade prática que seja
recebida universalmente, sem dúvida nem controvérsia, como deveria sê-lo se
fosse verdade?” (LOCKE, 1999, p.54).
Já em De Anima, o autor começa a sua obra expressando diversas visões
distintas de seus predecessores em relação à alma humana.
Aristóteles enfatiza o
conhecimento humano, para ele se há tantas versões sobre algo, como então saber
quais dessas versões são as corretas, ou então, se há uma versão correta.
Supondo o conhecimento entre as coisas belas e
valiosas e um mais do que outro, seja pela exatidão, seja por ter objetos
melhores e mais notáveis, por ambas as razões o estudo da alma estaria entre os
primeiros. Há inclusive a opinião de que o conhecimento da alma contribui
bastante para a verdade em geral. (ARISTÓTELES, 2006, p.45).
Para Aristóteles, como se deve
começar a estudar a alma? Ela por inteiro, ou partes? Isso não seria inato,
segundo Locke, pois se fosse inato já teríamos essas verdades em nossas ideias
e saberíamos por onde começar, ou melhor, não precisaríamos de investigação,
pois já estariam todas as respostas dentro de nós.
Em relação ao corpo o autor
descreve as afecções da alma: “ocorrem comum corpo: ânimo, mansidão, medo,
comiseração, ousadia, bem como a alegria, o amor e o ódio, pois o corpo é afeta
{...}” (ARISTÓTELES, 2006, p45).
Ou seja, para todo o entendimento
interno individual, há uma parte sensível que foi gerada pela interação homem e
objeto, interior e exterior para se formar a partir dessa experiência afecções
da alma.
Aristóteles
expressa que tudo é desenvolvido através da experiência, em que o contato com o
mundo externo é a única forma de se obter conhecimento e aprimoramento do
intelecto. Então o corpo é essencial para o desenvolvimento do entendimento
humano. Isso também vê em Locke, que diz que somos como uma folha em branco que
precisa ser impressa, essas impressões só é possível através das nossas
experiências exteriores.
Para
Aristóteles o corpo (a matéria) adquire informações pela experiência, e essas
informações são levadas o intelecto e desenvolve sua forma. Essa forma, na
versão de Locke, seriam as ideias que desenvolvemos em nossos pensamentos ao
decorrer da vida, passando pelas experiências necessárias para tais. Não há
inatismo para eles, e sim um processo de desenvolvimento intelectivo.
Ambos
citam as pessoas que possuem capacidade cognitiva, mas não a utiliza para
desenvolvimento de seu intelecto. Com isso esses humanos não se desenvolvem de
maneira adequada, pois não estão utilizando de maneira correta sua
potencialidade cognitiva.
O
ponto principal da obra de Aristóteles é a importante corpórea que ele dá ao
entendimento humano. Pois como somos seres empíricos, segundo ele, precisamos
de tais experiências para desenvolver o nosso intelecto, um atributo de nossas
almas.
“O
ponto de partida da investigação é apresentar aquilo que mais parece pertencer
à alma por natureza... O ser animado possui o movimento e a percepção sensível
{...}” (ARISTÓTELES, 2006, p49.)
Aristóteles
destaca a relação de corpo e alma, como um sendo interligado ao outro, pois a
alma é o que anima o que dá vida e movimento ao corpo e o corpo é o instrumento
que a alma precisa para se desenvolver e acrescentar informações a alma, ou
seja, um não vive sem o outro. A alma nada faz sem o corpo, e o corpo nada faz
sem a alma. Se um se separa do outro, ambos se aniquilam, pois a vida é a união
de corpo e alma.
Portanto,
conclui-se que só conseguimos ter conhecimento de algo a partir do momento que
conhecemos de maneira sensível esse algo, e a partir dessa experiência
formulamos o entendimento interno.
Ambos
acreditam na importância da dessa relação entre corpo e alma, deixando de lado a
versão inata que outros filósofos pregam.
Como não há nada de inato dentro da alma ou
dentro das ideias humanos precisamos estabelecer meios para o entendimento e
aprimorarmos para sempre progredir nosso entendimento, mas isso só será
possível com o exercício exterior de informação sensível transferida para o
interior e ai sim analisada pela razão humana e transformada em conhecimento
interno do intelecto.
BIBLIOGRAFIA
ARISTÓTELES. De anima. 2.ed. São
Paulo:Editora 34, 2006.
LOCKE, John. Ensaio sobre o
entendimento Humano. Lisboa: fundação Caulouste Gulbenkian, 1999.
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