Em 2015 visitei alguns centros culturais, um desses lugares incríveis que tive a possibilidade de conhecer foi o Museu Catavento, que fica localizado na cidade de São Paulo, no Palácio das Indústrias. O museu Catavento foi fundado em 2009, é um museu dedicado às ciências, o mesmo é dividido em quatro espaços: universo, vida, engenho e sociedade.Para quem deseja conhecer um pouco mais sobre o museu, ver mais fotos,ou então, agendar uma visita, entre no site oficial do museu e bom divertimento: http://www.cataventocultural.org.br/
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
2016
Olá pessoal, esse ano quero postar mais post voltado para o conhecimento histórico e filosófico, e como esse ano vou começar a estudar ainda mais arte e literatura, vou trazer para o blog várias poesias de pessoas conhecidas e minhas também.
Quero postar algumas ilustrações e pinturas em tela que faço, pois acredito que com o esforço para se alcançar um traço bacana aos poucos irei me aperfeiçoar na técnica da pintura.
Esse ano quero trazer muitas novidades, principalmente de minha própria autoria, para o blog para deixá-lo ainda mais cativante e interessante.
Aguarde coisas incríveis virão.
domingo, 29 de novembro de 2015
Ao desconcerto do mundo - Luis Vaz de Camões.
Os bons vi sempre passar
No munda graves tormentos
Ee para mais me espantar
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamento
Buscando alcançar
O bem tão mal ordenado
Fui mal, mas fui castigado
Assim que, só para mim
Anda o mundo concertado.
O poema faz referência à maldade e desigualdade presente no mundo. O eu-lírico está se queixando da injustiça que acontece com as pessoas boas que sofrem para ter algo, para serem pessoas de boa índole, porém isso não ocorre com outra classe de pessoas que fazem o mal e tiram proveito disso prejudicando as pessoas boas.
No munda graves tormentos
Ee para mais me espantar
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamento
Buscando alcançar
O bem tão mal ordenado
Fui mal, mas fui castigado
Assim que, só para mim
Anda o mundo concertado.
O poema faz referência à maldade e desigualdade presente no mundo. O eu-lírico está se queixando da injustiça que acontece com as pessoas boas que sofrem para ter algo, para serem pessoas de boa índole, porém isso não ocorre com outra classe de pessoas que fazem o mal e tiram proveito disso prejudicando as pessoas boas.
E quando uma pessoa, relacionando com as classes sociais, faz algo que vai além do bem esta pessoa é punida.
Ou seja, o poema retrata a falta de opção de determinadas pessoas ( boas) de poderem até fazer o mal, pois são castigadas, coisa tal que não ocorre com pessoas más.
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Dinâmica de Narciso para sala de aula.
No projeto de Mitologia, fiz uma dinâmica sobre o conto de Narciso e Eco, para narrar o mito.
Primeiramente narrei o conto para toda a sala, depois discutimos um pouco mais sobre a vaidade, sobre a maneira que nos vemos no espelho.
Para a atividade levei uma caixa com um espelho dentro, para assim, cada alunos se vesse e analisasse o que estava vendo no espelho.
A dinâmica também consistia em cada um fazer um pequeno texto falando sobre o que eles enxergavam no espelho e se isso refletia no que de fato cada um é por dentro, em que cada um quer transparecer.
A fonte da Vaidade - Narciso.
Narciso era filho do deus-rio Cephisus e da ninfa Liriope, e era um jovem de extrema beleza. Porém, à despeito da cobiça que despertava nas ninfas e donzelas, Narciso preferia viver só, pois não havia encontrado ninguém que julgasse merecedora do seu amor. E foi justamente este desprezo que devotava às jovens a sua perdição.
Pois havia uma bela ninfa, Eco, amante dos bosques e dos montes, companheira favorita de Diana em suas caçadas. Mas Eco tinha um grande defeito: falava demais, e tinha o costume de dar sempre a última palavra em qualquer conversa da qual participava.
Um dia Hera, desconfiada - com razão - que seu marido estava divertindo-se com as ninfas, saiu em sua procura. Eco usou sua conversa para entreter a deusa enquanto suas amigas ninfas se escondiam. Hera, percebendo a artimanha da ninfa, condenou-a a não mais poder falar uma só palavra por sua iniciativa, a não ser responder quando interpelada.
Assim a ninfa passeava por um bosque quando viu Narciso que perseguia a caça pela montanha. Como era belo o jovem, e como era forte a paixão que a assaltou! Seguiu-lhe os passos e quis dirigir-lhe a palavra, falar o quanto ela o queria... Mas não era possível - era preciso esperar que ele falasse primeiro para então responder-lhe. Distraída pelos seus pensamentos, não percebeu que o jovem dela se aproximara. Tentou se esconder rapidamente, mas Narciso ouviu o barulho e caminhou em sua direção:
- Há alguém aqui?
- Aqui! - respondeu Eco.
Narciso olhou em volta e não viu ninguém. Queria saber quem estava se escondendo dele, e quem era a dona daquela voz tão bonita.
- Vem - gritou.
- Vem! - respondeu Eco.
- Por que foges de mim?
- Por que foges de mim?
- Eu não fujo! Vem, vamos nos juntar!
- Juntar! - a donzela não podia conter sua felicidade ao correr em direção do amado que fizera tal convite.
Narciso, vendo a ninfa que corria em sua direção, gritou:
- Afasta-te! Prefiro morrer do que te deixar me possuir!
- Me possuir... - disse Eco.
Foi terrível o que se passou. Narciso fugiu, e a ninfa, envergonhada, correu para se esconder no recesso dos bosques. Daquele dia em diante, passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das montanhas. Evitava o contato com os outros seres, e não se alimentava mais. Com o pesar, seu corpo foi definhando, até que suas carnes desapareceram completamente. Seus ossos se transformaram em rocha. Nada restou além da sua voz. Eco, porém, continua a responder a todos que a chamem, e conserva seu costume de dizer sempre a última palavra.
Não foi em vão o sofrimento da ninfa, pois do alto, do Olimpo, Nêmesis vira tudo o que se passou. Como punição, condenou Narciso a um triste fim, que não demorou muito a ocorrer.
Havia, não muito longe dali, uma fonte clara, de águas como prata. Os pastores não levavam para lá seu rebanho, nem cabras ou qualquer outro animal a freqüentava. Não era tampouco enfeada por folhas ou por galhos caídos de árvores. Era linda, cercada de uma relva viçosa, e abrigada do sol por rochedos que a cercavam. Ali chegou um dia Narciso, fatigado da caça, e sentindo muito calor e muita sede.
Narciso debruçou sobre a fonte para banhar-se e viu, surpreso, uma bela figura que o olhava de dentro da fonte. "Com certeza é algum espírito das águas que habita esta fonte. E como é belo!", disse, admirando os olhos brilhantes, os cabelos anelados como os de Apolo, o rosto oval e o pescoço de marfim do ser. Apaixonou-se pelo aspecto saudável e pela beleza daquele ser que, de dentro da fonte, retribuía o seu olhar.
Não podia mais se conter. Baixou o rosto para beijar o ser, e enfiou os braços na fonte para abraça-lo. Porém, ao contato de seus braços com a água da fonte, o ser sumiu para voltar depois de alguns instantes, tão belo quanto antes.
- Porque me desprezas, bela criatura? E por que foges ao meu contato? Meu rosto não deve causar-te repulsa, pois as ninfas me amam, e tu mesmo não me olhas com indiferença. Quando sorrio, também tu sorris, e responde com acenos aos meus acenos. Mas quando estendo os braços, fazes o mesmo para então sumires ao meu contato.
Suas lágrimas caíram na água, turvando a imagem. E, ao vê-la partir, Narciso exclamou:
- Fica, peço-te, fica! Se não posso tocar-te, deixe-me pelo menos admirar-te.
Assim Narciso ficou por dias a admirar sua própria imagem na fonte, esquecido de alimento e de água, seu corpo definhando. As cores e o vigor deixaram seu corpo, e quando ele gritava "Ai, ai", Eco respondia com as mesmas palavras. Assim o jovem morreu.
As ninfas choraram seu triste destino. Prepararam uma pira funerária e teriam cremado seu corpo se o tivessem encontrado. No lugar onde faleceu, entretanto, as ninfas encontraram apenas uma flor roxa, rodeada de folhas brancas. E, em memória do jovem Narciso, aquela flor passou a ser conhecida pelo seu nome.
Dizem ainda, que quando a sombra de Narciso atravessou o rio Estige, em direção ao Hades, ela debruçou-se sobre suas águas para contemplar sua figura.
sábado, 14 de novembro de 2015
Objecto e método da metafísica
Metafísica
logicamente disciplinada
João Branquinho
Universidade
de Lisboa
O domínio da filosofia conhecido sob a designação de “metafísica” — como
veremos mais adiante, à luz da concepção que propomos para a disciplina, esta
designação e a designação de “ontologia” são aproximadamente co-extensionais —
assume actualmente contornos algo imprecisos e difusos. É provável que tal se
deva, pelo menos em parte, ao conspícuo rejuvenescimento e desenvolvimento
acelerado a que a disciplina tem sido sujeita nos últimos vinte anos. Com
efeito, o território caracteriza-se hoje por uma grande riqueza e diversidade
de tópicos e problemas discutidos, a qual pode ser vista como um sintoma de
vitalidade da disciplina. Muitos desses
tópicos situam-se na fronteira da metafísica com outras disciplinas
filosóficas, especialmente disciplinas como a filosofia da linguagem, a
filosofia da mente, e a filosofia da ciência. Como nem sempre é possível
marcar essa fronteira de modo rigoroso, torna-se mesmo difícil, em relação a
certos tópicos, proceder a uma sua inserção clara nesta ou naquela disciplina
filosófica; esse é, por exemplo, o caso do chamado problema da mente-corpo, que
tanto pode ser visto como pertencendo à metafísica como pode ser visto como
pertencendo à filosofia da mente.
Eis, a título de ilustração, uma lista(1) de tópicos
correntemente discutidos na disciplina:
- Existência
e quantificação;
- Referência
a objectos não-existentes;
- Existência
e descrição;
- Identidade
e necessidade;
- Identidade
de indiscerníveis e indiscernibilidade de idênticos;
- Identidade
relativa;
- Modalidade;
- Mundos
possíveis;
- Identidade
transmundial;
- Possibilismo
e actualismo;
- Universais;
- Tipos
naturais;
- Causalidade;
- Princípios
de individuação;
- Partes
temporais e identidade transtemporal;
- Partes
espaciais e identidade;
- Mudança
e persistência;
- Identidade
pessoal;
- Sobreveniência;
- Emergência;
- Fisicalismo;
- Realismo
e anti-realismo;
- Tempo;
- Determinismo
e livre-arbítrio.
Podemos
isolar quatro grandes temas no interior da metafísica, no
sentido de quatro agregados de tópicos e problemas que se têm distinguido pela
sua posição saliente quer ao longo da história da disciplina quer na
investigação actualmente executada. Esses tópicos são os seguintes:
- Identidade: Queremos
investigar a natureza da relação de identidade e determinar quais são as
suas características constitutivas e os seus princípios reguladores. Em
particular, queremos dar uma resposta aos seguintes problemas centrais
acerca da identidade: De que género de relação se trata? Quais são os seus
relata? É a identidade uma relação objectual não mediada, uma
relação que se estabelece directamente entre objectos dados? Ou é antes
uma relação necessariamente mediada, uma relação que se estabelece
primariamente entre expressões linguísticas ou conceitos e apenas
derivadamente entre os objectos denotados por essas expressões ou
conceitos? Se a identidade estrita ou numérica é algo que se estabelece
apenas entre cada objecto e ele próprio, como é que então se trata de uma
relação? Como é que se pode ter uma relação que tenha um só termo? Qual é
o papel desempenhado por princípios lógicos como a indiscernibilidade de
idênticos e a identidade de indiscerníveis com respeito à relação de
identidade? São estes princípios verdades? São eles princípios
constitutivos da identidade estrita? Qual é a estrutura modal da
identidade? Trata-se de uma relação contingente, uma relação na qual
objectos de facto estão mas poderiam não ter estado se as circunstâncias
fossem outras? Ou trata-se antes de uma relação não-contingente, uma
relação que se estabelece, ou não se estabelece, com carácter de
necessidade?
- Ser
e existência: Queremos discutir três questões fundamentais
acerca deste tópico. Essas questões são recorrentes na discussão
metafísica, tradicional ou contemporânea. A primeira questão consiste em
determinar se alguma diferença substantiva deve ser estabelecida entre os
conceitos de ser e de existência. Naturalmente, há tudo aquilo que existe.
Mas será que a doutrina conversa é verdadeira? Será que existe tudo aquilo
que há? Haverá objectos não-existentes? Ou será que todo o objecto existe?
Ou melhor, será que é necessário que todo o objecto exista? (A propósito,
esta última pergunta não deve ser confundida com a pergunta “Será que todo
o objecto é tal que é necessário que exista?”). A segunda grande questão
consiste, numa formulação corrente mas não completamente feliz, em
determinar se a existência é um predicado. É a existência uma propriedade
de primeira ordem, uma propriedade que pode ser directamente exemplificada
por particulares ou indivíduos? Ou trata-se de uma propriedade que é
irredutivelmente de ordem superior, uma propriedade que só pode ser
exemplificada por propriedades ou conceitos, em especial propriedades ou
conceitos de primeira ordem, aplicáveis a indivíduos ou particulares? É a
existência, como Gottlob Frege defendia, invariavelmente como o número,
algo que só pode ser atribuído a conceitos de coisas, e não a cada uma das
coisas subsumidas nesses conceitos? Finalmente, a terceira questão
consiste em determinar se o nosso conceito de existência é susceptível de
ser, no todo ou em parte, representável por meio do conceito de
quantificação existencial objectual proporcionado pela teoria lógica
clássica. É a forma lógica de afirmações de existência invariavelmente
dada em quantificações existenciais? Como é que então se deve tratar o
caso de frases existenciais singulares, frases da forma a existe ou a não
existe em que a é um termo singular sintacticamente simples?
- Modalidade: Queremos
discutir algumas questões acerca da natureza das chamadas modalidades
aléticas: a necessidade, a possibilidade, e a contingência. Em particular,
queremos responder aos seguintes problemas centrais acerca da modalidade:
É a própria realidade dotada de uma estrutura modal? Ou é a modalidade, em
essência, algo que é atribuível ao nosso esquema conceptual, à nossa
maneira de representar a realidade? Haverá situações no mundo que sejam
intrinsecamente necessárias, possíveis, ou contingentes? Ou serão antes a
necessidade, a possibilidade, e a contingência características das nossas
descrições, dos modos (linguísticos ou conceptuais) que escolhemos para
identificar ou descrever situações no mundo? É a ideia de que há
modalidades de re, modalidades presentes nas coisas elas mesmas,
uma ideia coerente? E, se é coerente, será verdadeira? Terão as coisas
elas próprias propriedades modais, como a propriedade de ser
necessariamente tal e tal, ou a propriedade de ser apenas contingentemente
tal e tal? Ou será que toda a modalidade é de dicto, um mero
aspecto das nossas afirmações e dos nossos juízos? Haverá lugar na nossa
teoria metafísica para uma distinção substantiva entre essência e
acidente, entre um conjunto de propriedades que são essenciais a um
objecto dado (e.g., uma pessoa), propriedades que o objecto não só tem de
facto como não poderia não ter, e um conjunto de propriedades que lhe são
meramente acidentais, propriedade que o objecto tem de facto mas poderia
não ter? Haverá objectos que têm o estatuto de meros possibilia,
objectos possíveis mas não actuais ou reais? Ou será que só os objectos
actuais existem? Como é que se comportam a esse respeito putativos
objectos modais como mundos possíveis?
- Categorias: Queremos
discutir aqui a questão fundamental da ontologia, a questão de determinar
o que há, ou o que existe, no sentido de determinar quais são os tipos de
objectos que existem. Naturalmente, estamos interessados não em quaisquer
tipos ou classes de objectos mas nas chamadas categorias, nos genera
superiores e fundamentais; por outras palavras, estamos interessados em
identificar e caracterizar aqueles tipos de objectos que sejam
simultaneamente os mais inclusivos, sob os quais todos os outros tipos
sejam subsumíveis, e os mais básicos, aos quais todos os outros tipos
sejam redutíveis. Investigamos assim problemas do seguinte género: Para
além de particulares ou indivíduos, haverá lugar na nossa teoria
metafísica para objectos universais, no sentido de objectos repetíveis ou
multiplamente exemplificáveis, objectos que estão inteiramente presentes
numa infinidade de objectos particulares numericamente distintos uns dos
outros? Será que, para além de uma grande quantidade de coisas vermelhas,
há algo, o Vermelho, que elas têm em comum e que explica as similaridades
objectivas de cor existentes entre elas? Ou será que podemos dispensar
putativos objectos desse género? Será que todos os objectos são particulares?
Para além de objectos concretos, objectos que ocupam porções do
espaço-tempo e têm poderes causais visíveis, haverá lugar na nossa teoria
metafísica para objectos abstractos, no sentido de objectos não
localizáveis em princípio no espaço-tempo e que não possuem poderes
causais manifestos? Em particular, será que há proposições, particulares
abstractos independentes da mente e da linguagem que sejam os portadores
primários de valores de verdade e os objectos intencionais de crenças e
outros estados mentais? Como se individuam objectos desse género? Ou será
que devemos antes dispensar abstracta? Será que todos os objectos
são concretos?
Em relação a cada um dos agregados de tópicos acima identificados, o
objectivo central do curso de Ontologia é introduzir o estado actual da sua
discussão. Assim, são expostas e examinadas as principais teorias e doutrinas
disponíveis acerca desses tópicos, e são discutidos os principais argumentos a
favor e contra cada uma dessas teorias e doutrinas. Como resultado da nossa
discussão, é defendida no curso uma posição genérica de inspiração fortemente
realista, segundo a qual universais e abstracta são objectos indispensáveis à
luz da nossa melhor teoria metafísica.
Três géneros de razões motivaram a escolha dos quatro tópicos atrás
listados.
Em primeiro lugar, a posição central que ocupam na discussão filosófica
actual. Trata-se inegavelmente de problemas "quentes", no sentido de
questões potencialmente geradoras de uma multiplicidade de teorias e de pontos
de vista em conflito, acerca de nenhum dos quais se está aparentemente em
posição de dizer conclusivamente que é completamente satisfatório ou correcto
(ou, por razões análogas, que é completamente insatisfatório ou incorrecto).
Em segundo lugar, temos o seu impacto intradisciplinar[A1] : as
múltiplas relações que podem ser estabelecidas, de uma forma natural, entre os
tópicos seleccionados e uma grande variedade de outros tópicos importantes de
outros ramos da filosofia, como por exemplo a filosofia da linguagem, a
filosofia da mente, e a filosofia da ciência; entre estes estão, por exemplo,
tópicos como a descrição, a predicação, a quantificação, a natureza das leis
científicas, a verdade, e o problema da mente-corpo.
Em terceiro lugar, podemos invocar as credenciais históricas dos tópicos
seleccionados e a sua conspícua recorrência na tradição filosófica ocidental.
Com efeito, de Platão a John Locke (digamos), poucos são os grandes filósofos
que não se ocuparam de alguma maneira, com maior ou menor intensidade, de
alguns ou mesmo de todas as quatro grandes áreas de problemas metafísicos
propostas.
Convém fazer agora algumas observações acerca da maneira como concebemos
a província da metafísica, e, em seguida, tecer também algumas considerações
sobre o método que propomos para a disciplina, o qual justifica a sua
qualificação como logicamente disciplinada.
Se tivermos em mente a configuração que os diversos ramos da filosofia
têm assumido na discussão recente e na literatura actualmente disponível,
pode-se dizer com alguma segurança que os contornos teóricos da disciplina de
metafísica coincidem aproximadamente com os contornos daquilo a que Aristóteles
chamava “filosofia primeira” (ou “ontologia”). Com efeito, a província da
metafísica foi dividida por Aristóteles em três departamentos: a) o estudo dos
primeiros princípios e das primeiras causas; b) o estudo do divino, ou
teologia; e c) o estudo do ser enquanto ser, ou ontologia. Ora, à luz de uma
maneira corrente de mapear o território da filosofia e as suas disciplinas e problemas,
pode-se dizer, por um lado, que a investigação mencionada em b pertence
actualmente à disciplina de filosofia da religião, e, por outro lado, com
respeito à investigação mencionada em a, que uma parte dela cai no âmbito da
lógica e a outra parte no âmbito da filosofia da ciência. Assim, a investigação
metafísica parece poder ser plausivelmente reduzida à investigação ontológica,
no sentido do estudo do ser enquanto tal (regressaremos a esta expressão um
tanto ou quanto enigmática mais adiante); ou, se quisermos ser mais cuidadosos
e dar lugar a tópicos residuais como por exemplo o tópico do tempo e o problema
do determinismo e do livre-arbítrio, podemos dizer no mínimo que uma fatia
substancial da metafísica é ocupada pela ontologia.
A segmentação aristotélica da metafísica foi conservada e ampliada pelos
racionalistas. Assim, Wolf faz uma distinção familiar entre dois grandes
departamentos no interior da disciplina: a) a metafísica geral, ou ontologia; e
b) a metafísica especial. Esta última é por sua vez dividida em três secções:
b1) o estudo de Deus, ou teologia racional; b2) o estudo da identidade pessoal
e da alma humana, ou psicologia racional; e b3) o estudo dos corpos materiais e
da mudança, ou cosmologia racional. De novo, dado o mapeamento correntemente
feito dos ramos da filosofia e das suas fronteiras, a disciplina de metafísica,
ou pelo menos uma parte generosa dela, parece poder ser plausivelmente reduzida
à disciplina de ontologia tal como esta é tradicionalmente concebida (ou seja,
como metafísica geral). De facto, a teologia racional (b1) é hoje um segmento
da filosofia da religião, a psicologia racional (b2) é um departamento
importante da disciplina de filosofia da mente, e muitos dos tópicos
investigados na tradicional cosmologia racional são hoje cobertos pela
filosofia da ciência.
Resta dizermos alguma coisa, ainda que com brevidade, sobre a natureza
do método que queremos adoptar para a investigação em metafísica ou ontologia
(a partir de agora, tomaremos estes termos como equivalentes). Há dois aspectos
centrais a ter em conta no que respeita ao método que perfilhamos. O primeiro
aspecto é um elemento conservador, o qual consiste em conservar em essência a
concepção aristotélica da metafísica, a ideia de uma disciplina que se dedica à
investigação do ser enquanto ser. Usando a distinção familiar de Kant entre o
projecto metodológico de uma metafísica transcendente e o projecto metodológico
de uma metafísica crítica, aquilo que nos propomos seguir é, em traços gerais,
o projecto aristotélico tradicional de uma metafísica transcendente. O segundo
aspecto é um elemento inovador (por assim dizer), o qual consiste em fazer um
uso sistemático e intenso do aparato conceptual e técnico da teoria lógica
moderna na investigação dos problemas e tópicos perenes da metafísica. A
conjunção dos dois elementos dá-nos a essência do método que queremos utilizar,
o de uma metafísica transcendente, mas logicamente disciplinada. Detenhamo-nos
um pouco mais sobre esses dois elementos.
Embora de maneiras certamente diferentes, Kant, de um lado, e o
empirismo britânico, do outro, lançaram algum descrédito científico sobre a
concepção tradicional de uma metafísica transcendente, uma metafísica ocupada
com a essência e a estrutura das coisas tomadas em si mesmas. Esta crítica teve
um impacto profundo em toda a filosofia subsequente e contribuiu decisivamente
para deslocar a metafísica para uma posição subalterna na investigação
filosófica, posição que ela só deixou de ocupar muito recentemente. Com efeito,
as críticas de Kant e dos empiristas britânicos às pretensões ilegítimas da
metafísica transcendente encontraram prolongamentos naturais em segmentos
importantes da filosofia executada na tradição analítica. Primeiro, e mais
conspicuamente, deparamos com o positivismo lógico e com a sua pretensão de que
qualquer afirmação metafísica — incluindo afirmações aparentemente em ordem
como “Há corpos materiais” — é destituída de sentido, uma pretensão cujo
potencial de auto-refutação é bastante elevado. Depois, embora menos
conspicuamente, deparamos com prolongamentos como a chamada “metafísica
descritiva” de Peter Strawson e ainda toda a investigação ontológica de alguma
forma inspirada no chamado Linguistic Turn, cujos praticantes são
figuras como Willard Quine, Michael Dummett, Donald Davidson, e outros. Só
muito recentemente se assistiu ao ressurgimento, no interior da tradição
analítica, de algo bastante próximo do projecto tradicional de uma metafísica
transcendente, de uma investigação directa da essência e estrutura das coisas.
Entre as figuras mais salientes deste movimento metodológico contam-se Saul
Kripke, David Lewis, o (recentemente falecido) metafísico de Princeton, os
metafísicos australianos, em especial David Armstrong e Frank Jackson, e
pessoas como Peter van Inwagen, Kit Fine, e outros. Não é alheio a este
ressurgimento da metafísica transcendente aquilo que designamos como
“disciplina lógica”, em especial o emprego em metafísica dos sofisticados
recursos técnicos disponíveis com base no desenvolvimento, nos anos 70 e 80, da
lógica modal quantificada e da associada semântica de mundos possíveis.
A pretensão subjacente à crítica da metafísica transcendente é a de que
a ideia de uma coisa ou de um objecto tomados em si mesmos, independentemente
da nossa apreensão deles ou da sua qualidade de objectos de uma experiência ou
representação possível, é ou uma ideia totalmente incoerente (nas versões
críticas mais radicais) ou uma ideia inadequada para servir de base a uma
investigação filosófica séria da estrutura da realidade. Essa ideia deve ser
assim abandonada e substituída pela tese metodológica central da metafísica
crítica. Formulada em linguagem mais moderna, trata-se da tese de que o estudo
da realidade e da sua estrutura tem de ser necessariamente mediado pela
investigação de um esquema conceptual, no sentido de uma rede de conceitos e
categorias que utilizamos para arrumar e classificar a realidade e que se
encontram incorporados num sistema linguístico dado. Numa formulação célebre
proporcionada por Donald Davidson (ver Davidson 1979), a tese é a de que
investigar a estrutura e as propriedades mais gerais da realidade só é possível
através de uma investigação da estrutura e das propriedades mais gerais da
linguagem que utilizamos para descrever a realidade. A ideia de um esquema
conceptual mediador é assim central à metafísica crítica. Devemos investigar,
não as coisas em si mesmas, mas as coisas enquanto representadas por meio de
uma determinada rede de conceitos e categorias, aquela que empregamos para descrever
a realidade. Não temos qualquer acesso directo às coisas em si mesmas. Aquilo
ao qual temos primariamente acesso é ao esquema conceptual que utilizamos para
representar as coisas, e é sobre ele que nos devemos concentrar. Só a
investigação das características mais gerais do nosso esquema conceptual
constitui uma via cientificamente credível para chegarmos a uma identificação
das características mais gerais da realidade.
Pensamos que este género de investigação é interessante, frutífero, e
merece certamente ser desenvolvido. Todavia, vemo-lo mais como algo que
pertence à província da epistemologia, ou da filosofia da linguagem, do que à
província da metafísica. Em todo o caso, pensamos que as considerações aduzidas
a seu favor estão longe de constituir razões conclusivas para interditar a
prossecução, sob certas condições, do projecto tradicional de uma metafísica
transcendente. Para além disso, suspeitamos que a ideia metodológica que
preside ao projecto crítico, a ideia de um esquema conceptual mediador, é
problemática. Com efeito, se aquilo que devemos primariamente investigar é o
esquema conceptual que usamos para representar a realidade, então, pelas
próprias premissas do projecto crítico, só temos acesso a ele de um modo
necessariamente mediado, através de um esquema conceptual adicional. Mas então a
ideia de um esquema conceptual mediador corre o risco de se tornar numa ideia
incoerente, uma vez que parece envolver uma regressão viciosa ad infinitum.
De qualquer maneira, independentemente da eficácia de objecções deste
género, pensamos que o antídoto para o carácter potencialmente indisciplinado
que a metafísica transcendente alegadamente tem não é a mediação por um esquema
conceptual, mas antes o recurso à disciplina lógica. Com efeito, note-se que as
noções básicas da metafísica transcendente — por exemplo, noções como
“objecto”, “atributo”, “existência”, “identidade”, “necessidade”, etc. — são
noções dotadas de um elevado grau de generalidade. Ora, esta característica
torna-as em noções que são, por excelência, tratáveis e caracterizáveis do
ponto de vista dos conceitos, teorias, métodos, e técnicas da lógica. Em
especial, o recurso aos conceitos, teorias, métodos, e técnicas da lógica modal
quantificada, e da teoria semântica associada (a semântica de mundos
possíveis), tem-se revelado extremamente frutífero na investigação de
conceitos, tópicos, e problemas perenes da metafísica transcendente. É bom
observar desde já que o recurso ao aparato da lógica não deve ser em geral
visto como susceptível de gerar soluções para os problemas da metafísica; a sua
função é bem mais modesta, mas não menos importante: permitir em muitos casos a
clarificação de teses, doutrinas, e argumentos metafísicos de um elevado grau
de complexidade, bem como obter uma ideia clara da dialéctica de disputas
metafísicas centrais.
Ao longo do curso são dados muitos exemplos de metafísica logicamente
disciplinada. Todavia, gostaria de dar um exemplo imediato do método na
clarificação da própria expressão tradicionalmente empregue para caracterizar a
tarefa da metafísica transcendente: o estudo do ser enquanto ser. O que se deve
entender por “ser enquanto ser”? Em primeiro lugar, o que se deve entender por
“ser”? Uma maneira de responder a esta pergunta é dizer que o ser consiste em
tudo aquilo que há ou existe, ou seja, em todos os objectos; a metafísica ou
ontologia é assim caracterizável nessa base como uma teoria geral dos objectos.
Mas o que é um objecto? Progredimos um pouco em relação a esta questão
se usarmos algumas ideias simples provenientes da teoria lógica.
Adquirindo aí comummente o estatuto de noção ontológica de todas a mais
inclusiva, a noção de objecto é utilizada na bibliografia lógico-filosófica
— de uma maneira caracteristicamente genérica e algo imprecisa — para
referir o que quer que seja ao qual propriedades possam ser atribuídas (sendo
para o efeito habitualmente invocada uma noção irrestrita ou liberal de
propriedade); ou seja, recorrendo a uma formulação tradicional, a noção é
empregue para referir qualquer (potencial) sujeito de predicações. Noções
aparentadas, como as noções de entidade e coisa, são frequentemente usadas para
o mesmo propósito.
Neste sentido, a noção cobre não apenas objectos particulares como
pessoas ou artefactos individuais, mas também objectos universais como a
brancura ou a sabedoria (na medida em que estes últimos podem também ser
sujeitos de predicações, predicações de ordem superior); por outro lado, a
noção cobre não apenas objectos concretos como sons particulares ou inscrições
específicas de frases num pedaço de papel, como também objectos abstractos como
frases-tipo ou números.
Poderíamos talvez esboçar uma caracterização implícita da noção de
objecto dizendo que se trata daquela noção que satisfaz princípios do seguinte
género, em que F toma valores sobre propriedades (como é típico de definições
implícitas, o termo a caracterizar ocorre nas proposições utilizadas na
definição):
P1) ∀x (x
é um objecto)
P2) ∀x (x é um objecto ↔ ∃F Fx)
P2) ∀x (x é um objecto ↔ ∃F Fx)
P1 afirma que qualquer valor de uma variável quantificada, qualquer
elemento de um domínio de quantificação, é um objecto. Assim, o princípio
atribui ao predicado “é um objecto” o estatuto de predicado tautológico, um
predicado verdadeiro de tudo (ou melhor, um predicado necessariamente
verdadeiro de tudo); e a noção de objecto adquire desse modo o estatuto de
noção puramente lógica (como a noção de auto-identidade). Poderíamos conceber a
noção tradicional (predicativa) de ser, dada na forma x é, como
uma simples contracção da noção de ser um objecto, dada na forma x é um
objecto, tomada como governada pelo princípio P1 (ser é ser um elemento de
um domínio de quantificação). P2 afirma que os objectos, e só os objectos, têm
propriedades. Se utilizarmos uma noção irrestrita de propriedade e contarmos a propriedade
de ser um objecto como estando ela própria entre os valores de F, então é
trivial que só aquilo que tem propriedades é um objecto; isto tomado em
conjunção com a tese razoável de que só os objectos têm propriedades dá-nos
então a bicondicional em P2. Poderíamos supor sem dificuldade que as
propriedades, isto é, os valores da variável F, formam um subconjunto próprio
de objectos, isto é, os valores da variável x. Assim, qualquer
propriedade, incluindo a propriedade de ser um objecto, seria um objecto; mas,
obviamente, nem todo o objecto seria uma propriedade.
Para terminar a nossa tarefa de esclarecer a expressão algo enigmática
“estudo do ser enquanto ser”, e após a termos tornado equivalente à expressão
“estudo dos objectos enquanto objectos”, resta-nos dizer alguma coisa acerca da
maneira como a qualificação presente na expressão (“enquanto ser”) deve ser
entendida. É possível discernir aqui dois elementos importantes. O primeiro é o
de que a qualificação indica universalidade, por oposição a uma concepção
departamentalizada do objecto da metafísica, o qual não está assim restrito a
nenhum domínio particular de objectos ou coisas. Assim, a metafísica estuda as
características mais gerais dos objectos, as características que qualquer
objecto possui, ou seja, as características que cada objecto possui na
qualidade de objecto. Exemplos de características inclusivas deste género são a
existência, a modalidade, a identidade, e as categorias — as quais constituem
precisamente as características estudadas no programa que propomos para a
disciplina. O segundo elemento é o de que a qualificação deve ser entendida no
sentido de uma rejeição liminar de qualquer mediação no acesso a objectos, de
qualquer esquema conceptual que se interponha na nossa investigação da
estrutura e das características mais gerais dos objectos. Assim, estamos
interessados não nos objectos enquanto identificados através de um dado esquema
conceptual — nos objectos enquanto apreendidos, representados, conhecidos,
pensados, etc. — mas apenas nos objectos enquanto tal, nos objectos enquanto
objectos(2).
João
Branquinho
Notas
- A
correcção da lista é prontamente verificável através de uma inspecção do
índice de urna obra de referência recente como Metaphysics: An
Anthology, org. por Jaegwon Kim e Ernest Sosa, Oxford, Basil
Blackwell, 1999.
- O
presente artigo apresenta a disciplina de Ontologia aos estudantes do
Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa.
FONTE: http://criticanarede.com/fil_objectodametafisica.html
Sinônimo de [A1]interdisciplinar?
“A imaginação é mais importante que os conhecimentos”
Albert Einstein
Comumente apartamos o
conhecimento da imaginação. Imaginamos o conhecimento como a expressão do real,
e conhecemos a imaginação como o fruto do desvairo, do utópico. Tais
faculdades, no entanto, estão intimamente relacionadas, interagindo entre si e
com os homens.
Conhecimento sem
imaginação é tedioso, repetitivo. É possível apenas reproduzir o que há nos
livros, em um processo eternamente imutável. Estagnaríamos. A própria ciência
formula hipóteses ─ que nada mais são do que imaginar ─ e assim evolui. August
Ke Kulé, químico do século XIX, descobriu a estrutura do benzeno por meio de
sonhos, do imaginário.
Imaginação sem
conhecimento é inútil. Não se pode introduzi-la na realidade prática a não ser
por intermédio do conhecimento do mundo concreto. Sem conhecer técnicas de
pintura, Monet jamais pintaria “Rue Montorgueil embandeirada”. Sem conhecer
música, Beethoven jamais teria composto “O imperador”. Franz Kafka escreveu A
metamorfose porque conhecera previamente o uso das palavras.
A própria natureza tem consciência
da importância de tal codependência. O cérebro humano destina o hemisfério
esquerdo à análise crítica, lógica, objetiva. O direito, à subjetividade e ao
sonho. Da interação recíproca vive a inteligência humana, com a qual criamos a
arte, resolvemos problemas, redigimos redações...
Há uma gota de
imaginação em cada conhecimento. Há uma gota de conhecimento em cada
imaginação.
Dificuldade de aprendizagem
Dificuldade
de aprendizagem é uma expressão que se refere a um grupo heterogêneo de
distúrbios manifestados por dificuldades intensas na aquisição e utilização da
compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio
matemático.
Muitas as
vezes o que se chama de dificuldade de aprendizagem é basicamente “dificuldade
de ensino” ou distúrbio de escolaridade. O distúrbio de escolaridade depende
basicamente da motivação. Cada indivíduo aprende de uma forma diferente,
conforme seu canal perceptivo preferencial. O que se vê normalmente é a criança
desestimulada, achando-se “burra”, sofrendo, os pais sofrendo, pressionando a
criança e a escola, pulando de escola em escola, e esta pressionando a criança
e os pais, sendo assim ambas as partes acabam ficando insatisfeitos.
É necessário o reconhecimento do problema por um profissional adequado, com treino específico da dificuldade a fim de que a criança supere as suas dificuldades com esforço, colaboração da família e da escola em conjunto acompanhando as etapas de evolução da criança.
Diferente de um distúrbio de aprendizagem, a dificuldade escolar é, nesses casos, expressa pela inadaptação, geralmente revelada por queixas do tipo: recusa em ir à escola, agressividade, passividade, desinteresse, instabilidade emocional, comportamento desordeiro, somatizações.
Quando surgem dificuldades, toda a relação "família-criança-escola" encontra-se alterada. Frente a uma criança específica, pode-se dizer, em última análise, que a escolha daquela escola, naquele momento, não foi adequada. Porém, a criança normal pode não corresponder às expectativas da família, que escolheu a escola segundo suas expectativas; a criança é normal, mas ainda imatura para a escolarização - precisando de uma atenção mais diferenciada.
É necessário o reconhecimento do problema por um profissional adequado, com treino específico da dificuldade a fim de que a criança supere as suas dificuldades com esforço, colaboração da família e da escola em conjunto acompanhando as etapas de evolução da criança.
Diferente de um distúrbio de aprendizagem, a dificuldade escolar é, nesses casos, expressa pela inadaptação, geralmente revelada por queixas do tipo: recusa em ir à escola, agressividade, passividade, desinteresse, instabilidade emocional, comportamento desordeiro, somatizações.
Quando surgem dificuldades, toda a relação "família-criança-escola" encontra-se alterada. Frente a uma criança específica, pode-se dizer, em última análise, que a escolha daquela escola, naquele momento, não foi adequada. Porém, a criança normal pode não corresponder às expectativas da família, que escolheu a escola segundo suas expectativas; a criança é normal, mas ainda imatura para a escolarização - precisando de uma atenção mais diferenciada.
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