sábado, 14 de novembro de 2015

O mundo de Sofia

O QUE É FILOSOFIA?

Querida Sofia,
Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos, outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura tam­bém são muito diferentes. Alguns lêem apenas jornais ou gibis, ou­tros gostam de romances, outros ainda preferem livros sobre temas diversos como astronomia, a vida dos animais ou as novas descober­tas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros tenham o mesmo interesse. Se fico gru­dado na televisão assistindo a todas as transmissões de esporte, te­nho que aceitar que outras pessoas achem o esporte uma chatice.
Mas será que existe alguma coisa que interessa a todos? Será que existe alguma coisa que concerne a todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem questões que de­veriam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta per­gunta a uma pessoa de um país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E quando perguntamos a alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de amor e de cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós pre­cisamos. Nós temos a necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.
Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um in­teresse "casual" como colecionar selos, por exemplo. Quem se in­teressa por tais questões toca um problema que vem sendo discuti­do pelo homem praticamente desde quando passamos a habitar este planeta. A questão de saber como surgiu o universo, a Terra e a vida por aqui é uma questão maior e mais importante do que saber quem ganhou mais medalhas de ouro nos últimos Jogos Olímpicos.
O melhor meio de se aproximar da filosofia é fazer perguntas filosóficas:
Como o mundo foi criado? Será que existe uma vontade ou um sentido por detrás do que ocorre? Há vida depois da morte? Como podemos responder a estas perguntas? E, principalmente: como de­vemos viver?
Essas perguntas têm sido feitas pelas pessoas de todas as épo­cas. Não conhecemos nenhuma cultura que não se tenha pergun­tado quem é o ser humano e de onde veio o mundo.
Basicamente, não há muitas perguntas filosóficas para se fazer. Já fizemos algumas das mais importantes. Mas a história nos mostra diferentes respostas para cada uma dessas perguntas que estamos fazendo.
É mais fácil, portanto, fazer perguntas filosóficas do que res­pondê-las.
Da mesma forma, hoje em dia cada um de nós deve encontrar a sua resposta para estas perguntas. Não dá para procurar numa enciclopédia se existe um Deus, ou se há vida após a morte. A en­ciclopédia também não nos diz como devemos viver. Mas a leitura do que outras pessoas pensaram pode nos ser útil quando precisa­mos construir nossa própria imagem do mundo e da vida.
A busca dos filósofos pela verdade pode ser comparada com uma história policial. Alguns acham que Andersen é o criminoso; outros acham que é Nielsen ou Jepsen. Um crime na vida real pode chegar a ser desvendado pela polícia um dia. Mas também pode­mos imaginar que a polícia nunca consiga solucionar determinado caso, embora a solução para ele esteja em algum lugar.
Mesmo que seja difícil responder a uma pergunta, isto não sig­nifica que ela não tenha uma — e só uma — resposta certa. Ou há algum tipo de vida depois da morte, ou não.
        Muitos dos antigos enigmas foram resolvidos pela ciência ao longo dos anos. Antigamente, um grande enigma era saber como era o lado escuro da Lua. Não era possível chegar a uma resposta apenas através de discussão; a resposta ficava para a imaginação de cada um. Hoje, porém, sabemos exatamente como é o lado escuro da Lua. Não dá mais para "acreditar" que há um homem morando na Lua, nem que ela é um grande queijo, todo cheio de buracos.
Um dos antigos filósofos gregos, que viveu há mais de dois mil anos, acreditava que a filosofia era fruto da capacidade do homem de se admirar com as coisas. Ele achava que para o homem a vida é algo tão singular que as perguntas filosóficas surgem como que espontaneamente. É como o que ocorre quando assistimos a um truque de mágica: não conseguimos entender como é possível acontecer aquilo que estamos vendo diante de nossos olhos. E en­tão, depois de assistirmos à apresentação, nos perguntamos: como é que o mágico conseguiu transformar dois lenços de seda brancos num coelhinho vivo?
Para muitas pessoas, o mundo é tão incompreensível quanto o coelhinho que um mágico tira de uma cartola que, há poucos ins­tantes, estava vazia.
No caso do coelhinho, sabemos perfeitamente que o mágico nos iludiu. Quando falamos sobre o mundo, as coisas são um pou­co diferentes. Sabemos que o mundo não é mentira ou ilusão, pois estamos vivendo nele, somos parte dele. No fundo, somos o coelhi­nho branco que é tirado da cartola. A única diferença entre nós e o coelhinho branco é que o coelhinho não sabe que está participan­do de um truque de mágica. Conosco é diferente. Sabemos que estamos fazendo parte de algo misterioso e gostaríamos de poder explicar como tudo funciona.

OS. Quanto ao coelhinho branco, talvez seja melhor compará-lo com todo o universo. Nós, que vivemos aqui, somos os bichinhos microscópicos que vivem na base do pelo do coelho. Mas os filósofos tentam subir da base para a ponta dos finos pelos, a fim de poder olhar bem dentro dos olhos do grande mágico.

(Gaadrer, Jostein. O mundo de Sofia.2010. Companhia das Letras)

O Erro e a Avaliação

ANDERSON GATAVESKAS GARCIA
                                             

Segunda as autoras do textos, que se dá em um estudo qualitativo, entre alunos e professores do ensino fundamental. Esse estudo, procura demonstrar como o erro do professor na avaliação sobre algum aluno, pode causar sentimentos ambivalentes, sobre esse aluno, no qual o erro avaliativo se deu.
O estudo, no qual já foi dito, se dá pela pesquisa qualitativa, tendo entrevistados, alguns alunos e também professores. Pela pesquisa feita, é relatado, que os alunos que se vê diante do erro do professor, muitos se vêem revoltados ao primeiro momento, alguns com sentimentos de raiva e com vontade de chorar, e uma pequena minoria sente, até excluídos diante do erro avaliativo dado pelo professor. Há relatos também, de alunos que sentem vontade de rasgar a prova, e ao mesmo tempo, sente uma magoa profunda. Já do lado dos professores, quando eles se deparam com o erro dado sobre algum aluno, há principio eles sofrem com a impressão de sentimentos que os alunos passam no momento de receber a prova e perceber o erro. E também, logo após avaliar o erro, o se sente incapaz de corrigir as provas, se sente incapacitado para avaliar as provas.
Contudo, por tudo que já foi dito, a pesquisa, demonstra que o erro, causa certos sentimento negativos ao mesmo tempo, para os professores e alunos. Portanto, o erro é um fator positivo, pois pode ser tomar algo crítico, para o desenvolvimento do ser e demonstrar que nem tudo se dá nas medidas corretas, e que o sentimento é algo importante, no qual o individuo deve controlar, sem afetar o próximo e ao mesmo tempo a si mesmo.


            

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Os filhos do lixo

Lya Luft

Há quem diga que dou esperança; há quem proteste que sou pessimista. Eu digo que os maiores otimistas são aqueles que, apesar do que vivem ou observam, continuam apostando na vida, trabalhando, cultivando afetos e tendo projetos. Às vezes, porém, escrevo com dor. Como hoje.
Acabo de assistir a uma reportagem sobre crianças do Brasil que vivem do lixo. Digamos que são o lixo deste país, e nós permitimos ou criamos isso. Eu mesma já vi com estes olhos gente morando junto de lixões e crianças disputando com urubus pedaços de comida estragada para matar a fome.
A reportagem era uma história de terror – mas verdadeira, nossa, deste país. Uma jovem de menos de 20 anos trazia numa carretinha feita de madeiras velhas seus três filhos, de 4, 2 e 1 ano. Chegavam ao lixão e a maiorzinha, já treinada, saía a catar coisas úteis, sobretudo comida. Logo estavam os três comendo e a mãe, indagada, explicou com simplicidade: "A gente tem de sobreviver, né?".
Não sei como é possível alguém dizer que este país vai bem enquanto esses fatos, e outros semelhantes, acontecem, pois, sendo na nossa pátria, não importa em que recanto for, tudo nos diz respeito, como nos dizem respeito a malandragem e a roubalheira, a mentira e a impunidade e o falso ufanismo. Ouvimos a toda hora que nunca o país esteve tão bem. Até que em algumas coisas, talvez muitas, melhoramos.

Mas quem somos, afinal? Que país somos, que gente nos tornamos, se vemos tudo isso e continuamos comendo, bebendo, trabalhando e estudando como se nem fosse conosco? Deve ser o nosso jeito de sobreviver – não comendo lixo concreto, mas engolindo esse lixo moral e fingindo que está tudo bem. Afinal, se nos convencermos de que isso acontece no nosso meio, no nosso país, talvez na nossa cidade, e nos sentirmos parte disso, responsáveis por isso, o que se poderia fazer?

sábado, 31 de outubro de 2015

Mitologia de Cordel.

O Projeto Mitologia de Cordel faz parte do programa da Capes, PIBID de Filosofia da Universidade do Sagrado Coração, de Bauru SP.
Teve por objetivo colocar em pratica os ensinamentos do projeto de Mitologia. 
Neste projeto, os alunos aprendem sobre a origem da mitologia, seus deuses, suas funções perante os mortais, o surgimento do céu e da Terra, segundo a visão mitológica. 
Para colocar  em pratica esses aprendizados e fazer uma atividade de produção textual, os alunos desenvolveram seus cordéis mitológicos.














sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Felicidade para Aristóteles - Ética a Nicômacos

 Segundo Aristóteles a felicidade é o bem supremo, pois não depende de outro bem para existir. Dentre as finalidades inúmeras que as pessoas buscam, no final, o que todos querem é a felicidade. A felicidade, segundo Aristóteles é auto-suficiente, ou seja, torna a vida desejável por não ser carente de coisa alguma.
A felicidade precisa de bens externos para existir, pois precisamos de instrumentos materiais para praticá-la. Há quem ache que a felicidade é boa sorte também, como ter filhos belos e educados, ou então, colocam a felicidade como presente divino.
Para o autor, o homem feliz será feliz por toda a vida, pois estará sempre engajado na prática ou contemplação do que é conforme à excelência.

Para se entender a felicidade como sendo uma atividade da alma conforme a excelência perfeita, precisamos entender o que é excelência.

Um pouco de Ética.

"Ótimo é aquele que de si mesmo [conhece todas as coisas; Bom, o que escuta os conselhos [dos homens judiciosos. Mas o que por si não pensa, nem [acolhe a sabedoria alheia, Esse é, em verdade, uma criatura [inútil1 ." Ética a Nicômacos.