quinta-feira, 5 de março de 2015

Museu Naval - Rio de Janeiro


 "A função do museu é preservar a memória naval brasileira, tendo um interessante acervo acerca da história da Marinha do Brasil, mostrando sua evolução e participação em conflitos."



O Palácio de Cristal - Petrópolis- Rio de Janeiro


O Palácio foi inaugurado em 1884. A estrutura pré-montada foi encomendada pelo Conde d'Eu, sendo construída nas oficinas da Sociedade Anônima Saint-Souver Lês Arras, na França. A estrutura é inspirado no Palácio de Cristal de Londres, e do Palácio de Cristal do Porto.




A intenção do Conde e da Princesa Isabel era utilizar o local como espaço para exposições de flores, frutos e pássaros.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Aborto, crime ou direito?

Ana Paula dos Santos
 "Eu sou totalmente favorável à descriminalização do aborto, ao respeito às mulheres e suas escolhas e seus corpos. Sou inteiramente solidária às minhas irmãs que são massacradas, estupradas, culpabilizadas por suas gestações, culpabilizadas pela interrupção destas gestações, caso tenham esses filhos, sofram violência obstétrica, sejam culpabilizadas por péssimas condições físicas e emocionais, rechaçadas no trabalho, crucificadas nos meios conservadores e, muitas vezes, sobretudo se forem negras e pobres, mortas sangrando na mão de um sistema cruel, ao coro de comemorações, em um Estado que tem por dever ser LAICO, ou seja, não deve embasar suas políticas públicas em aspectos religiosos."



Uma notícia que virou alvo de muitas críticas esta semana foi a postagem de uma grávida em seu facebook sobre a não discriminação ao aborto. Fato ambíguo que chama a atenção, pois a mesma pessoa que apoia as outras mulheres a fazerem o aborto, como sendo algo de direito sobre o seu próprio corpo, está grávida de seu segundo filho.
Essa semana várias mães foram desafiadas a postarem fotos de sua gestação e de seus filhos nascidos em sua rede social, em prol da negativa sobre o ato abortivo.
Analisando histórica e filosoficamente esse assunto, nota-se que o aborto passa a ser proibido e tido como crime com o surgimento do cristianismo, pois um dos mandamentos cristãos prega o “não matarás” e com isso o aborto é colocado como um assassinato.
Na Grécia antiga o aborto, era algo natural, pois os gregos acreditavam que o feto não tinha alma, então, o feto não era ainda um ser humano, logo não haveria punição contra esse ato.
Aristóteles mesmo era a favor do aborto, essa prática teria de ser executada antes do surgimento da alma no feto. Platão também apoiava essa prática, como sendo um controle populacional.
As prostitutas e escravas gregas e romanas usavam dessa pratica para não terem filhos. Isso só começa a mudar a partir do surgimento do cristianismo, e até hoje é um tema polêmico de ser discutido, pois estamos em um mundo cristão.
Expondo-se dessa maneira esta mãe está apoiando o ato abortivo, porém deixando bem claro o amor por seus filhos, e com isso faz com que quem queira praticar um aborto repense sobre o assunto. Pois nota-se que mesmo tendo de passar por tudo isso que ela citou a cima, as mulheres podem optar por serem mães, serem mais fortes do que tudo isso que ela expôs.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Resenha do Livro O que é Ciência afinal? Alan F. Chalmers

Ana Paula dos Santos
    A obra de Alan F. Chalmers relata o que se é preciso para ter ciência e o que se deve a todo custo fugir para isso. O autor divide sua obra em tópicos para facilitar o entendimento, tornando a obra de fácil compreensão.
    O primeiro capítulo de seu trabalho tem como título Indutivismo: Ciência como conhecimento derivado dos dados da experiência.
    Nesse capítulo o autor fala sobre o conhecimento científico, que para ele, é conhecimento provado, pois possui dados da experiência adquiridos por observação e experimento.
    Só é ciência o que podemos presenciar materialmente. Houve na modernidade a Revolução Científica no século XVII, representada por grandes cientistas como Galileu e Newton.
    Filósofos como Francis Bacon afirmam que para conhecer a natureza, precisa-se observá-la e não, somente, ler os achados de Aristóteles. Esses filósofos viam a ciência como experiência e fonte de conhecimento.
    Para J.J. Davies, a ciência é uma estrutura construída sobre fatos.
    O indutivismo ingênuo consiste na ciência que utiliza da observação, na qual se precisa utilizar os sentidos e acredita-se na experiência.
    Nesse indutivismo pode se encontrar afirmações singulares, que ocorrem com algo, lugar e tempo específico e afirmações universais, que ocorrem observando o geral, o todo. As afirmações universais divide-se em três etapas: a primeira consiste no número de proposições de observação que forma a base de uma generalização que deve ser grande, a segunda leva em conta a observação que deve ser repetida sob uma ampla variedade de condições, e a terceira etapa diz que nenhuma proposição de observação deve conflitar com a lei universal derivada.
    Na visão do autor, o que nos dá uma resposta de que algo seja universal é a observação do particular para o todo, isso consiste no raciocínio indutivo.
    De acordo com o indutivista ingênuo, o conhecimento científico é construído pela indução a partir da observação. Uma característica da ciência é a capacidade de explicar e prever.
    O raciocínio lógico e dedutivo utiliza da informação para se chegar a outras informações utilizando a lógica.
    Ex: Muitos livros de filosofia são chatos. ( Premissa 1)
          Este livro é um livro de filosofia.        ( Premissa 2)
          Este livro é chato.      ( Conclusão )
Mesmo se as premissas forem falsas e tiverem dentro de um raciocínio dedutivo será válida sua conclusão.

    A previsão e explicação dentro do relato indutivo pode ser assim resumida:
1 - Leis e Teorias
2 - Condições Iniciais
3 - Previsões e Explicações.
    Ou seja, primeiro se analisa as teorias e leis de algo, depois suas condições iniciais e a partir da observação desses elementos se pode fazer previsões e explicações.
    A atração do indutivimo ingênuo ocorre quando se formaliza explicações populares e simplificadas sobre algo observado. Esse princípio de indução forma a base da ciência, porém, o autor acha esse indutivismo ingênuo errado e perigoso, pois pode levar a equívoco.
     No capítulo II intitulado O problema da Indução nos trás os motivos de não se poder contar com a indução para se desenvolver ciência de algo. Segundo Chalmers " se um grande número de As foi observado sob ampla variedade de condições, e se todos esses As observados possuíam  propriedade B, então todos os As possuem a propriedade B". Essa explicação foi dada pela lógica ou experiência, porém, é falha. Pelas suas falhas ocorre um recuo para a probabilidade, pois se observarmos um grande número de determinada coisas levando em conta sua constância é provável que se repetirá, mas não é certo sua repetição.
     Ex: O por do sol. Não é certo que acontecerá amanhã, mas pela observação sabemos que vai, porém, pode não ocorrer.
    A indução nos leva a pensar que provavelmente algo acontecerá, pois se leva em conta um grande  número de observações, mas  o que é um grande número? Isso é relativo. Para salvar o pensamento indutivista começa-se a utilizar probabilidade individual para somente os grupos estudados.
    Para Hume as crenças em leis e teorias são hábitos psicológicos que adquirimos pela repetição da observação.
    No capítulo III o autor relata a dependência que a observação tem da teoria, A ciência começa com a observação e a observação produz uma base segura da qual o conhecimento pode ser derivado. Porém, essas suposições serão criticadas e rejeitadas.
    A observação pode ser falha, pois se dois indivíduos observa um mesmo objeto, no mesmo local e tempo, mesmo assim os dois terão visões diferentes, pois esse elemento sensível do indivíduo é particular de cada um e há diferenciações.
    Abaixo há uma ilustração de uma escada, na qual não se dá para diferenciar o sentido dela, pois ao mesmo tempo que ela parece estar sendo observada de baixo, nossa visão nos encana e nos dá a entender que está sendo observada de cima.




quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sou Assim..

Ana Paula dos Santos




Quem sou eu de verdade?

Células em constante renascimento, corpo sentindo os efeitos da gravidade?
Ou melhor, sou o que pensam que sou
Ou talvez,o que todos esperam que eu seja
Sou assim, um dia sou quase tudo
No outro sou menos que nada
Sou assim, hoje sou eu mesma
Amanhã sou migalhas do agora
Mas, meu caro, logo em seguida
Sou tudo novamente e mais um pouco
Sou riso, sou pranto, sou gritos, sou canto
Sou assim, um pouco de mim
E muito das coisas da vida
Coisas que me fortalece e as vezes me adoece
Sou assim, se queres saber de mim
Me aguarde até o fim.

Versos Íntimos - Augusto dos Anjos

Versos Íntimos - Augusto dos Anjos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!







quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Resenha do livro Desonrada - Mukhtar Bibi

Ana Paula dos Santos

O livro de título Desonrada conta com o depoimento de Mukhtar Bibi e ajuda da jornalista Marie- Thérese Cuny.
Esse livro conta a história de Mukhtar, uma jovem paquistanesa que é violentada coletivamente por quatro homem de uma casta superior a sua, no ano de 2002.
A protagonista da narrativa é uma paquistanesa de família humilde, analfabeta e que se separou do marido com o consentimento de sua família. Nessa obra fica evidente a submissão da mulher perante a sociedade, e mostra que há submissão também de castas para com outras castas superiores.
Existe justiça, leis no Paquistão, porém para os mais humildes o que vale são as leis tribais e superiores da lei não se manifestam, deixando a justiça ser feita injustamente.
A narrativa começa quando o irmão de 12 anos de Muthtar é acusado de se relacionar com uma jovem mais velha de uma casta superior. Mesmo sabendo que seu irmão é inocente, Mukhtar é enviada pela família até essa tribo para se desculpar com o chefe oposto. Mukhtar vai acompanhada com seu pai. Porém, a família ofendida, não aceita esse pedido de desculpa e manda que quatro homens dessa tribo a estuprem. Esse fato ocorre em um local fechado, porém, todos da aldeia e os familiares de Mukhta sabiam o que estavam acontecendo lá dentro.
As paquistanesas que sofrem esse tipo de agressão tende a se matar, pois se sente sujas e indignas, porém Mukhtar recebe toda a ajuda da família e consegue não optar por esse tipo de fuga. Algumas mulheres após serem estupradas são abandonadas pelos próprios maridos.
A história de Mukhtar segue um outro rumo, sabendo que havia jornalistas na região, ela decide ir atrás de expor publicamente sua história, claro que sentiu medo, vergonha, porém não achava justo ela ser só mais uma. 
Foi chamada a depor e contar toda sua história na delegacia e assinar o que havia dito, porém, sendo analfabeta, ela somente marcou com sua digital o papel, sem ao menos saber o que estava ali escrito.

Depois de ter uma certa repercussão o seu caso publicamente, ela é chamada a depor novamente e dessa vez conta a mesma história e essa história não bate com o que foi escrito pelo primeiro escrivão, explicando o que aconteceu, pessoas poderosas dão-lhe proteção e a incentiva a contar toda a verdade. 
Mukhtar decide, mesmo sendo ameaçada pela casta superior, não parar e ir até o fim, para fazer justiça. Os quatro agressores são condenados a prisão perpétua e ela recebe uma indenização. Com o dinheiro abre uma escola, para meninas e meninos na sua tribo. Recebe ajuda de pessoas importantes do Paquistão e Canadá. Viaja para França, Canadá, e outras localidades para ser homenageada e premiada.

Segue seu sonho de ser diretora de escola, aprender a ler. Mukhtar é atualmente uma personalidade de superação e luta, alguém que usou de sua pior experiência para ajudar a outras pessoas a não passar, ou pelo menos ajudar a superar seus traumas.