domingo, 8 de fevereiro de 2015

Resenha do Livro O que é Ciência afinal? Alan F. Chalmers

Ana Paula dos Santos
    A obra de Alan F. Chalmers relata o que se é preciso para ter ciência e o que se deve a todo custo fugir para isso. O autor divide sua obra em tópicos para facilitar o entendimento, tornando a obra de fácil compreensão.
    O primeiro capítulo de seu trabalho tem como título Indutivismo: Ciência como conhecimento derivado dos dados da experiência.
    Nesse capítulo o autor fala sobre o conhecimento científico, que para ele, é conhecimento provado, pois possui dados da experiência adquiridos por observação e experimento.
    Só é ciência o que podemos presenciar materialmente. Houve na modernidade a Revolução Científica no século XVII, representada por grandes cientistas como Galileu e Newton.
    Filósofos como Francis Bacon afirmam que para conhecer a natureza, precisa-se observá-la e não, somente, ler os achados de Aristóteles. Esses filósofos viam a ciência como experiência e fonte de conhecimento.
    Para J.J. Davies, a ciência é uma estrutura construída sobre fatos.
    O indutivismo ingênuo consiste na ciência que utiliza da observação, na qual se precisa utilizar os sentidos e acredita-se na experiência.
    Nesse indutivismo pode se encontrar afirmações singulares, que ocorrem com algo, lugar e tempo específico e afirmações universais, que ocorrem observando o geral, o todo. As afirmações universais divide-se em três etapas: a primeira consiste no número de proposições de observação que forma a base de uma generalização que deve ser grande, a segunda leva em conta a observação que deve ser repetida sob uma ampla variedade de condições, e a terceira etapa diz que nenhuma proposição de observação deve conflitar com a lei universal derivada.
    Na visão do autor, o que nos dá uma resposta de que algo seja universal é a observação do particular para o todo, isso consiste no raciocínio indutivo.
    De acordo com o indutivista ingênuo, o conhecimento científico é construído pela indução a partir da observação. Uma característica da ciência é a capacidade de explicar e prever.
    O raciocínio lógico e dedutivo utiliza da informação para se chegar a outras informações utilizando a lógica.
    Ex: Muitos livros de filosofia são chatos. ( Premissa 1)
          Este livro é um livro de filosofia.        ( Premissa 2)
          Este livro é chato.      ( Conclusão )
Mesmo se as premissas forem falsas e tiverem dentro de um raciocínio dedutivo será válida sua conclusão.

    A previsão e explicação dentro do relato indutivo pode ser assim resumida:
1 - Leis e Teorias
2 - Condições Iniciais
3 - Previsões e Explicações.
    Ou seja, primeiro se analisa as teorias e leis de algo, depois suas condições iniciais e a partir da observação desses elementos se pode fazer previsões e explicações.
    A atração do indutivimo ingênuo ocorre quando se formaliza explicações populares e simplificadas sobre algo observado. Esse princípio de indução forma a base da ciência, porém, o autor acha esse indutivismo ingênuo errado e perigoso, pois pode levar a equívoco.
     No capítulo II intitulado O problema da Indução nos trás os motivos de não se poder contar com a indução para se desenvolver ciência de algo. Segundo Chalmers " se um grande número de As foi observado sob ampla variedade de condições, e se todos esses As observados possuíam  propriedade B, então todos os As possuem a propriedade B". Essa explicação foi dada pela lógica ou experiência, porém, é falha. Pelas suas falhas ocorre um recuo para a probabilidade, pois se observarmos um grande número de determinada coisas levando em conta sua constância é provável que se repetirá, mas não é certo sua repetição.
     Ex: O por do sol. Não é certo que acontecerá amanhã, mas pela observação sabemos que vai, porém, pode não ocorrer.
    A indução nos leva a pensar que provavelmente algo acontecerá, pois se leva em conta um grande  número de observações, mas  o que é um grande número? Isso é relativo. Para salvar o pensamento indutivista começa-se a utilizar probabilidade individual para somente os grupos estudados.
    Para Hume as crenças em leis e teorias são hábitos psicológicos que adquirimos pela repetição da observação.
    No capítulo III o autor relata a dependência que a observação tem da teoria, A ciência começa com a observação e a observação produz uma base segura da qual o conhecimento pode ser derivado. Porém, essas suposições serão criticadas e rejeitadas.
    A observação pode ser falha, pois se dois indivíduos observa um mesmo objeto, no mesmo local e tempo, mesmo assim os dois terão visões diferentes, pois esse elemento sensível do indivíduo é particular de cada um e há diferenciações.
    Abaixo há uma ilustração de uma escada, na qual não se dá para diferenciar o sentido dela, pois ao mesmo tempo que ela parece estar sendo observada de baixo, nossa visão nos encana e nos dá a entender que está sendo observada de cima.




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