segunda-feira, 14 de abril de 2014

Os vários ângulos de Canudos.


Ana Paula dos Santos¹
Resumo: O presente artigo trás a condição de Canudos nos anos de 1896 e 1897 destacando a visão dos habitantes do arraial e do exército. Retrata as diversas visões do conflito armado através de textos históricos e literatura de cordel, que era muito utilizada na época e até hoje no sertão nordestino. Mostra como era descrito personagem histórico Antônio Conselheiro, e o que ele queria liderando os habitantes contra o Governo Republicano, que era contra o casamento civil. Retrata também o abandono dos governantes e a cobrança de impostos dos sertanejos. O movimento para repreender Canudos ganhou dimensões gigantescas e participação do Governo Federal.

Palavras-Chave: Canudos, Guerra de Canudos, Antônio Conselheiro.

            A Guerra de Canudos foi um conflito histórico acorrido no final do século XIX que aconteceu no interior do Estado da Bahia e contou com a participação da população do arraial de canudos liderado por Antônio Conselheiro.
            A Guerra acontece por vários fatores, as mais conhecidas de suas causas foram: fome, desemprego, baixo rendimento e descaso do governo.
            Esses fatores contribuíram para que a revolta da população chegasse a nível federal e foi o que acorreu. Com todos esses tópicos não foi difícil convencer o arraial de Canudos a ir à luta com a ajuda de Antônio Conselheiro.
            A fome foi provocada pela a seca do sertão nordestino, que dificultava o plantio de alimentos e a criação de gado encadeando o desemprego, pois sem ter como plantar não havia como gerar empregos ou até mesmo trabalhar por conta própria ou para subsistência. E tudo era ignorado pelo governo, causando a revolta da população.
            Para tentar contornar essa situação, em novembro de 1896 começa a guerra, que foi um conflito violento e contou com grupos armados tanto dos habitantes de Canudos quanto de tropas do governo da Bahia e ainda a ajuda do governo federal.
            De contra partida havia os latifundiários e o governo querendo que os habitantes de Canudos pagassem impostos.
            Muitos autores usam a Literatura de Cordel para narrar o conflito, esse tipo de literatura é muito comum no sertão nordestino até hoje. Trata-se de uma literatura baseada em poesia popular impressa em folhetos, quando essa literatura chega ao Brasil, era utilizado o processo de xilografia. Ganhou esse nome em Portugal por seus exemplares serem amarrados em cordões para serem vendidos.
            Essa poesia chega ao Brasil no século XVIII e foi muito utilizada devido ao seu baixo custo e eficácia para levar informação e conteúdo para a população.
João Melchiades é pioneiro da Literatura de Cordel, o escritor foi militante do Exército Brasileiro, e nos mostra a visão do exército em relação aos habitantes de Canudos. Depois de sair do exército, em 1905, começar a escrever suas poesias de cordel assumindo sua defesa da República.
[...] No ano de noventa e seis,
O Exército Brasileiro
Achou-se então comandado
 Pelo general guerreiro
De nome Arthur Oscar
 Contra um chefe cangaceiro.
Ergueu-se contra a República
O bandido mais cruel
Iludindo um grande povo
 Com a doutrina infiel
Seu nome era Antônio
 Vicente Mendes Maciel [...]
 (SILVA, João Melchiades Ferreira da. A Guerra de Canudos,1914, p.16)

Já Geraldo Amancia, em sua obra, A história de Antônio Conselheiro, narra à saga de Canudos e tem uma visão diferente de João Melchiades, pois conta a versão da população e deixa de lado a visão do Exército. O escritor já utiliza uma forma mais moderna de cordel com impressão de melhor qualidade e com ilustrações do artista plástico Kazane.
[...] Do homem cresce o valor
Quando a história compara
O Brasil tem a mania
De enaltecer Che Guevara
Talvez por ser estrangeiro
Foi uma joias mais rara.
Montou primeiro um comércio
Para comprar e vender
No magistério ensinava
Ler, contar e escrever
E no foro trabalhava
De toda forma buscava
Meios para sobreviver [...]
(PEREIRA, Geraldo Amancio. A história de Antonio Conselheiro, 2010, p. 47)

Euclides da Cunha, em sua obra Os Sertões, descreve Canudos na época de 1896 e 1897. A obra é dividida em partes para se entender melhor o que foi o conflito. A primeira parte o autor descreve o clima semi-aridio do nordeste. Descreve o clima, a fauna, a flora e o relevo do nordeste o que dá uma base para as outras partes que descreve a guerra e o homem nordestino.
O capitulo onde Euclides descreve o homem, o autor mostra como eram os habitantes de Canudos, quem fazia parte dessa população. O autor fala como o determinismo geográfico interfere na formação do indivíduo. Ou seja, como a seca nordestina influencia na formação pessoal do cidadão nordestino e fala como essas pessoas vivem ou sobrevivem no meio onde estavam inseridas.
Simone Garcia, em sua obra Canudos: História e Literatura, divide em três partes o conflito para um melhor entendimento e aprofundamento do assunto sobre a interdisciplinaridade e sobre Canudos.
A primeira parte do livro possui uma apresentação didática e sistemática do conteúdo. Essa parte faz uma análise reconstrutiva da Guerra: uma distribuição bem precisa entre as duas fases da crítica histórico-literária. Uma chamada de desconstrutiva que é aquela que adota uma visão crítica em relação ao sentido aparente dos textos, e a segunda fase pode ser chamada de reconstrutiva, por refazer a história a partir de vestígios do texto, trata-se de uma nova história ou uma nova concepção de fazer história.
A segunda parte do livro possui uma visão de desconstrução do processo de transmissão da memória histórica sobre a epopéia (conjunto de acontecimentos históricos narrados em verso e que podem não representar os acontecimentos com fidelidade) de Canudos, ou seja, faz-se uma análise da historiografia existente sobre esse tema. Utiliza também a reconstrução historiográfica da experiência de Canudos.
A terceira parte é a mais intrigante e renovadora. A pesquisadora e professora Simone Garcia reescreve a história de Canudos a partir das esperanças, anseios, projetos e desejos expressos e implícitos no chamado imaginário social brasileiro, captados através da literatura, do teatro, da poesia, do cinema que trataram da epopeia sertaneja.
Para a autora, o historiador precisa se preocupar não somente com o que foi ocorrido de fato, mas também com o que poderia ter sido acorrido. Enquanto o enfoque das teorias modernas da História se preocupa somente com a realidade, as teorias de tendências “pós-modernas” dá vez aos sonhos e as fantasias, ou seja, ao imaginário da sociedade.
O historiador, ao se preocupar apena com o que efetivamente aconteceu, perpetua a memória da dominação social, pode de lado uma massa de excluídos. Daí a importância dessa história “pós-moderna”, pois ela está interessada em transgredir a realidade ainda que de forma fictícia.
Michel Zaindan (1992) defende que o novo historiador entende o imaginário do povo. Para o novo historiador, o imaginário expressa a reserva de consciência crítica da sociedade. Nesse novo modo de ver a história, as pessoas se relacionam de outra forma, entre si e com o tão famoso Conselheiro de Canudos, com essa perspectiva o historiador passa a ser um crítico literário.
Muito bem, a autora enfatiza que a literatura é uma historiografia inconsciente, que registra o outro lado da história, o lado que não aconteceu de fato (possibilidades históricas não realizadas).
Para entendermos melhor essa visão literária e a historia de Canudos a Garcia nos mostra o quadro histórico do tema. Utiliza o tempo historia circular e não linear para Canudos.
A sociabilidade egoísta do capitalismo produz um homem sem história, desmemoriado, cuja atividade psíquica se resume a interceptar as tensões da vida moderna.
A desconstrução da memória oficial se faz devido ao grande número de trabalhos intactos sobre o povo brasileiro. Os primeiros desses trabalhos possuíam uma visão ingênua e preconceituosa do movimento de Canudos, sendo interpretado como fanatismo religioso, vista como seita paranoica ou movimento criminoso. Porém, esses trabalhos tinham uma forte fonte de informação, como por exemplo, a discrição da estrutura social da comunidade, transformando-se em fontes indispensáveis para a reconstrução do movimento de Canudos. Devido a esses escritos, muitos cientistas tentaram mostrar as verdadeiras causas e motivações deste que foi um dos maiores movimentos da população rural brasileira.
A questão das péssimas condições de vida do povo sertanejo não aparece nesses primeiros trabalhos como um fator para entender as motivações da população rural em lutar por uma vida melhor.
Apenas num segundo momento, as abordagens sobre Canudos serão mais globalizadas, analisando o movimento juntamente com a política do coronelismo e ao regime de propriedade que tem como base o latifúndio.
Houve uma mudança radical na visão sobre Canudos deixando de lado o movimento, até então visto como um resultado do fanatismo e da ignorância do povo sertanejo. Descoberta sobre a Guerra de canudos de Antônio Conselheiro se faz muito importante nesse período para uma maior compreensão do contexto social da época.
Para melhor compreendermos a obra da autora precisamos ter em mento o que foi a Guerra de Canudos. O arraial de Canudos, parte rural nordestina, organizou um movimento civil.
            Esse movimento começa no ano de 1896 que durou quase um ano. O governo pede apoio da República para conter o movimento liderado por Antônio Conselheiro, que acreditava ter sido enviado por Deus ara acabar com as diferenças sociais e também com o pecado republicano (casamento civil e cobrança de impostos). A Guerra foi motivada pela precariedade, fome, seca, miséria e abandono político que afetavam os nordestinos, principalmente a população carente. O movimento era visto como fanatismo religioso.

Conselheiro consegue reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de pobreza. Essa revolta foi tamanha que o governo encontrou dificuldades para controlar os adeptos, foram quatro combates, onde as forças republicanas estavam bem equipadas e organizadas.
Essa revolta representou a luta da população rural pela libertação social. E também demonstra a força do sertanejo para com seus ideais.
João Arruda (1993) classifica a produção sobre o movimento em três vertentes para compreendermos melhor visões diferentes sobre o mesmo tema.
A primeira vertente é classificada como Vertente Euclidiana: essa vertente leva em consideração a obra de Euclides da Cunha, Os Sertões, de 1902. Essa obra tornou-se o referencial sobre Canudos. O escrito é preconceituoso, porém era aceito como verdade absoluta. Esse fato se dá pela veneração que se encontra na tentativa de Euclides da Cunha de aplicar na análise do movimento do líder Antônio Conselheiro. Devido ao ecletismo de Euclides da Cunha, fica difícil dizer quais as verdadeiras causas para ela da Guerra. As causas, que o autor aponta são várias: o esmagamento das raças fracas pelas mais fortes; a degenerescência, produto da mistura de raças contrariando as leis biológicas; a morbidez do clima e do solo nordestino; a rudeza do meio em que vive o povo; a religião mestiça; o conflito entre litoral civilizado e o sertão retardatário e selvagem.
Enfim, para Euclides da Cunha esses fatores produziam uma sociedade desequilibrada e retardatária, esse autor possui uma visão preconceituosa sobre Canudos e o povo nordestino.
Estas consequências negativas da mestiçagem da população são acentuadas no sertanejo. Isso se deve por essa população permanecer praticamente isolada, livre de elementos estranhos. Por esse isolamento a população não precisou se adaptar a uma cultura superior, porém o fator étnico que transmitiu as tendências civilizadoras não lhe impôs a civilização.
Para Euclides, não há ato heroico em relação a Antônio Conselheiro. O autor não conseguia entender o significado da religião de Antônio Conselheiro. Canudos era a manifestação de um fanático selvagem de uma raça inferior em uma fase de monoteísmo, marcada por um misticismo e fetichismo extravagante. Segundo o autor de Os Sertões, Conselheiro era a favor do amor livre, era contra o casamento civil, por motivo de ordem religiosa, ele achava que o casamento civil era um meio a mais de governantes controlarem a vida da população. O líder da Guerra de canudos aponta alguns males trazidos pela republica, do que ele também era contra; a intervenção da Companhia de Jesus e o casamento civil, por entender invasão do estado no terreno religioso.
A segunda vertente é denominada Vertente Marxista que deixa claro que esses movimentos deveriam ser analisados dentro de uma teoria geral dos movimentos sociais em formações pré-capitalistas. Mesmo esses movimentos messiânicos apresentam um discurso e uma prática particulares, não deixam de ser uma manifestação de contradição de classe e de interesses materiais.
O Marxismo parte do modo de produção para analisar a causa das transformações sociais dos movimentos e das revoluções políticas e não da religião, de costumes ou de normas sociais. Essa teoria, apesar de não subestimar a influência da superestrutura em suas análises, busca nas relações concretas, no processo de produção e reprodução material, as explicações para os acontecimentos, pois assim podem-se observar os interesses e os objetivos materiais das diferentes classes sociais.
Para Rui Facó, pós-acadêmico brasileiro, ao analisar os movimentos messiânicos, entende-se como fanatismo religioso. Segundo o escritor as condições objetivas para a eclosão de várias rebeliões como a de Canudos foram estabelecidas já no inicio da colonização. Isso significa que, com a divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias e subsequente concessão de sesmarias, levaram ao monopólio da terra, dando origem aos atuais latifúndios. Nasceu então, uma estrutura social injusta e bipolarizado: de um lado, a classe dominante, os grandes senhores de terra e do outro lado, uma grande parcela da população, formada por escravos e camponeses, submetidos ao poder dos coronéis. Uma organização assim gera exploração, opressão, atraso cultural e analfabetismo.
A terceira vertente é a Vertente Cultural-Funcionalista podem-se dividir os trabalhos produzidos com base na vertente cultural-funcionalista em três linhas.
A primeira linha é contra a aculturativa: que analisa os movimentos messiânicos como resposta aos povos tribais a desorganização provocada pelo contato com culturas europeias ou culturas estrangeiras.
A segunda linha analisa os movimentos messiânicos como uma resposta dos dominados a uma situação de opressão, quando a resistência política ainda é possível. Esses movimentos seriam a base religiosa a partes da qual se ergueria o nacionalismo.
A terceira linha analisa os movimentos messiânicos na parte produzida pelo choque cultural, ou seja, a partir das consequências desestruturadas que o contato com a cultura produz na cultura dominante.
A autora, ao reconstruir a história de Canudos, traça o perfil psicológico de Conselheiro que teria um caráter agressivo. Já a escritora Pereira de Queiroz observa em Conselheiro traços de desequilíbrio e conduta antissocial, fazendo seus seguidores agirem contra Canudos. Fatores que contribuiu para agravar os conflitos entre conselheiristas e a classe dominante, foram às invasões e os saques as propriedade dos que não eram simpáticos a Antônio Conselheiro e sua comunidade. O saque era uma forma utilizada para complementar a alimentação da comunidade carente de Canudos.
Concluímos por meio desse estudo que o movimento de Canudos foi muito importante para demonstrar a força que a população possui. Os autores demonstram uma visão mais ampla do tema, levando em consideração a literatura local, ou seja, o imaginário da população, dando ênfase nos desejos desse povo, e não somente ficando presa a uma historiografia exata do assunto. Porém, com uma rica fonte de informações do que de fato ocorreu nesse movimento e deixando evidente também o que poderia ter ocorrido, isso através da literatura sertaneja.

REFERÊNCIAS:

Cunha, Euclides. Os Sertões. Editora Todolivro. 1902.
Garcia, Simone. Canudos: História e Literatura. Florianópolis. HD Livros. 2002.
PEREIRA, Geraldo Amancio. A história de Antonio Conselheiro. Editora IMEPH. 2010
SILVA, João Melchíades Ferreira . Guerra de Canudos. Disponível em: http://acordacordel.blogspot.com.br/2012/01/joao-melchiades-e-guerra-de-canudos.html. Acesso em 09 agosto 2013.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Calígula

Nome: Caio Júlio César Augusto Germânico.
Data de Nascimento: 31 de agosto de 12 d.c.
Morte: 24 de janeiro de 41.
Reinado: Imperador - 16 de março de 37 até 24 de janeiro de 41.
Antecessor: Tibério.
Sucessor: Claudius.
Dinastia: Júlio-Claudiana.
Pai: Germânico - líder militar.
Mãe: Agripina Maior.
Filhos: Julia Drusilla.
Assassinos: Guarda Pretoriana - líder Cassius Chaera (Caria).


Calígula = Botinhas

    Calígula foi um imperador romano, filho de Germânico e Agripina Maior. Antes de se tornar imperador o jovem Calígula já possuía alguns costumes peculiares, como por exemplo uma adoração carnal por sua irmã Drusilla com a qual tinha um caso e também se envolvia com as mulheres de seus companheiros.
    Na infância seu pai é assassinado, e tudo indica que o mandante foi seu tio/avô Tibério, sua mãe também morre e o pequeno Calígula vai morar com sua avó. Com o passar dos anos o seu tio o chama para morar com ele na ilha de Capri, uma ilha italiana localizada no golfo de Napoles - mar Tirreno, e sem ter escolha o jovem romano vai para tal ilha, amedrontado. No período que Calígula passa com Tibério ele presencia todos os tipos de atrocidades e perversões possíveis, é uma fase de aprendizado para o jovem imperador. Tibério morre nesse período de estadia de seu sobrinho/neto, fontes históricas apontam Calígula como seu assassino, porém nada é comprovado. E em 37, a república romana passa a ser governada por Calígula e seu primo Gemelo.
    Gemelo, neto de Tibério, é muito novo para governar, então Calígula domina o poder e governa. No começo de sua administração a plebe estava sempre com ele, pois para ganhar a confiança da população ele joga moedas para todos.  Para não correr o risco de perder o poder para Gemelo, Calígula manda sua guarda o matar. Porém com alguns meses de governo o jovem imperador adoece, não se sabe ao certo a doença que quase o mata, mas cientistas contemporâneos através de pesquisas apontam que foi envenenamento cronico por chumbo, pois na época eles bebiam o vinho com uma espécie de adoçante e esse adoçante era feito em um recipiente de chumbo. E depois dessa doença ele muda radicalmente sua maneia de governar, é nesse momento que ele ganha a fama que tem até hoje, de pervertido, traiçoeiro e zombeteiro. Em seus palácio eram feitas festas, banquetes em que se tinha desde música, mulheres nuas, prostitutas até cabeças decapitadas em cima da mesa.
    Fazia o que bem entendia, porém não media as consequências de seus atos. Inúmeras vezes ofendia e estuprava as mulheres dos senadores e da população em geral e foi aí que ele se perdeu, pois por confrontar sua guarda pretoriana, seus guardas se vingaram, o matando junto de sua esposa Cesônia e sua filha Júnia Drusilla no ano de 41.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Projeto - Desenhos 2013

Estou com um projeto esse ano de desenvolver desenhos e algumas histórias em quadrinhos de personagens famosos. Não qualquer famoso da mídia e sim da História, Filosofia, Literatura, isso para começar. Espero que apreciem e qualquer sugestão, por favor, fiquem a vontade.

Freud


Artes de Tarsila do Amaral

Filósofos 

Nietzsche

Nietzsche

Gandhi

Nietzsche

HQ - Hitler



História

Foucault

Imagens 2 Ato contra o aumento da tarifa de ônibus - Bauru SP





Movimento Passe Livre - Jogaram Mentos na Geração Coca-Cola

Desenho Ana Paula dos Santos

O movimento Passe Livre começou uma série de manifestações em São Paulo, devido ao aumento de 20 centavos da tarifa do ônibus.
Milhares de pessoas se comoveram e foram as ruas lutar pelos seus direitos, que ia além dos 20 centavos. Na realidade o aumento do valor da passagem foi o estopim para o povo que tem que aguentar tudo sem fazer nada. O Brasil inteiro se mobilizou e foi às ruas. Um desses dias de manifestação, no Rio de Janeiro o número de participantes foram cerca de 1 milhão.
Depois de dias, a população conseguiu que a tarifa abaixasse, porém, dá onde agora os governantes vão tirar esses 20 centavos? Do nosso imposto? Certamente eles não vão levar prejuízo.
O povo se acalmou, mas há tantas coisas a ser reivindicadas que não sei por onde começar. É PEC 37, é PEC sei lá qual número, é Iptima Feliciano, isso e aquilo, é o povo dizendo que temos que aprender a votar, mas.... como é que vamos aprender a ver as segundas intensões dos candidatos? Votando nos menos piores? Os candidatos não mudam, pois as leis, a constituição é a mesma, se algo mudar lá "dentro", as atitudes dos políticos também mudam, e consequentemente nossas atitudes como eleitor também. 

Origem do UFC.

Há pessoas que ainda diz que não gosta de História. Mas estão sentados esperando começar a a luta de UFC. Por acaso você sabe como que começou essas lutas? Enfim a História explica. Na Roma Antiga, os escravos eram transformados em lutadores pelos seus donos, os famosos Gladiadores, que lutaram em arenas, para divertir os espectadores. Os lanistas contratava um treinador, doctor, para treinar os gladiadores e os dividiam em grupos específicos, cada grupo lutava de uma maneira e com suas armas específicas. Geralmente os duelos só terminavam quando um dos gladiadores morresse. Vocês já ouviram falar da política de pão e circo, não ouviram? Que consistia em dar alimento e diversão para o povo, não porque os governantes da antiguidades eram bonzinhos e sim para não haver pessoas insatisfeitas correndo atras de melhorias, pois ninguém morria de fome e todos riam. Que lindo não é? Não, não é, viver com o mínimo de alimentos e fazer de tudo um circo não é legal, pois temos que questionar a ação dos governantes. Ops, estou falando da Antiguidade viu pessoal, qualquer semelhança com o fome zero, bolsa família, futebol, lutas, NÃO é mera coincidência.

Deus me livre se ser Feliz

Esse texto de Luiz Felipe Pondé me inspirou bastante sobre o que é felicidade. Será que se ficarmos felizes nos acomodaremos e a vida acaba? Pois estamos felizes?
Leiam o que o critico escreve, para a Folha de São Paulo, a respeito e tire suas conclusões.



Quanto aos meus alunos e aos meus leitores, esses eu nunca penso em deixar felizes, graças a Deus


DEUS ME livre de ser feliz. Existem coisas mais sérias que a felicidade. Algum sabichão por aí vai dizer, sentindo-se inteligentinho: "Existem várias formas de felicidade!". E o colunista dirá: "Sou filósofo, cara. Conheço esse blá-blá-blá de que existem vários tipos de felicidade, mas hoje não estou a fim".
Um bom teste para saber se o que você está aprendendo vale a pena é ver se o conteúdo em questão visa te deixar feliz.
Se for o caso e você tiver uns 40 anos de idade, você corre o risco de sair do "curso" engatinhando como um bebê fora do prazo de validade. A mania da felicidade nos deixa retardados.
Querer ser feliz é uma praga. Quando queremos ser felizes sempre ficamos com cara de bobo. Preste atenção da próxima vez que vir alguém querendo ser feliz.
Mas hoje em dia todo mundo quer deixar todo mundo feliz porque agradar é, agora, um conceito "científico". Quem não agrada, não vende, assim como maçãs caem da árvore devido à lei de Newton.
Mas eu, talvez por causa de algum trauma (fiz análise por 20 anos e acho que Freud acertou em tudo o que disse), não quero agradar ninguém.
Não considero isso uma "vantagem moral", mas uma espécie de vício. Claro, por isso tenho poucos amigos. Mas, como dizem por aí, se você tiver muitos amigos, ou você é superficial, ou eles são, ou os dois.
Quanto aos meus alunos e leitores, esses eu nunca penso em deixar felizes, graças a Deus.
Desejo para eles uma vida atribulada, conflitos infernais com as famílias, dúvidas terríveis quanto a se vale a pena ou não ter filhos e casar.
Desejo que, caso optem por não ter família, experimentem a mais dura solidão da existência humana, porque, no fundo, não passam de egoístas. Mas se tiverem família, desejo que percebam como os filhos cada vez mais são egoístas porque querem ser felizes e livres.
Desejo para eles pressões violentas no mercado de trabalho. E jantares à meia-noite diante de um trabalho que não pode ficar para amanhã porque querem viajar e ter grana para gastar.
Quem quiser ser livre, que aguente a insegurança da liberdade. Quem for covarde e optar por uma vida miseravelmente cotidiana que veja um dia sua filha jogar na sua cara que você foi um covarde.
Especialmente, desejo um futuro cruel para quem acredita que "ser uma pessoa de bem" a protege de ser infiel, infeliz, abandonada e invejosa.
Espero que um dia descubram que, sim, eles têm um preço (apenas desejo que seja um preço alto) e que se vendam.
Espero que percebam que seus pais não foram santos e parem com essa coisa de gente brega de classe média que tenta inventar uma "tradição ética familiar" que só engana bobo.
E por que digo isso? Porque hoje todos nós estamos um tanto infantilizados e só queremos que nos digam o que achamos legal.
O resultado é uma massa de obviedades. A tendência é transformar o pensamento público em autoajuda ou em "compromisso com um mundo melhor", o que é a mesma coisa.
Quem quer agradar é, no fundo, um frouxo. Vejamos alguns exemplos do produto "querer ser feliz". Comecemos por quem acha que o seu "querer ser feliz" é superior e espiritualizado.
Talvez você queira virar luz quando morrer porque ser luz é legal (risadas). Deus me livre de querer virar luz quando morrer. Prefiro as trevas.
Se for para continuar vivendo depois de morto, prefiro viver no "meu elemento", as trevas, porque sou cego como um morcego.
Normalmente, quem quer virar luz quando morrer é gente feia ou magra demais. Mulheres bonitas vão para o inferno, logo...
E gente que acha que frango tem mãe (só porque ele "descende" do ovo de uma galinha, e ela de outro...) e por isso é crime matá-los? Trata-se de uma nova forma de compromisso com a "felicidade social e política".
Entre esses "felizes que desejam a felicidade para os frangos" existem pessoas de 40 anos com cérebro de dez e pessoas de dez anos que um dia terão 40, mas com o mesmo cérebro de dez. Não creio que mudem.
Hoje é Carnaval. Espero que você não tenha pegado aquele trânsito idiota de cinco horas para ser feliz na praia.